Ruben Eiras
OS LÍDERES colaborativos são a geração
emergente de gestores nas organizações flexíveis.
Esta é a principal conclusão de um estudo recentemente elaborado
pela Hay Group, uma consultora especializada em recursos humanos.
De acordo com aquele documento, este tipo de liderança caracteriza-se
pelo seu perfil "híbrido", ou seja, os gestores são
responsáveis pelos resultados de um projecto ou departamento, mas
não o controlam hierarquicamente.
Esta forma de liderança encontra-se com maior frequência
nas áreas ligadas à gestão do produto e das marcas,
ao marketing e na gestão de projectos. Ao nível operacional
das suas funções, este gestor gera resultados para a sua
área específica através do acesso a uma rede interna
e externa de recursos sobre a qual possui pouco controlo. No âmbito
estratégico, estes líderes definem, desenvolvem e criam
programas de longo prazo, também por meio de redes.
"O líder colaborativo opera no 'limbo' das organizações,
isto é, nos espaços deixados em branco entre as estruturas
hierárquicas", explica o estudo. "São gestores
que trabalham em território 'desconhecido', navegando entre vários
níveis níveis e unidades organizacionais, cada uma com as
suas especificidades. Mas embora sejam directamente responsáveis
pelos resultados, não possuem autoridade directiva. É uma
posição muito ambígua e incerta", realça
o documento.
Quanto ao perfil de competências do líder colaborativo, os
investigadores do Hay Group identificaram que estes têm que ser
altamente proactivos, extremamente flexíveis e tenazes na busca
de informação. Os gestores colaborativos deverão
moldar a sua influência e comunicações de acordo com
as pessoas, a situação e a cultura onde estão inseridos.
Outra conclusão do estudo é a de que os níveis hierárquicos
nas organizações continuam a diminuir. Além disso,
os investigadores também categorizaram três tipos de cargos
executivos: o operacional, o conselheiro e o colaborativo (já mencionado).
Com a redução dos níveis hierárquicos e a
maior flexibilidade das organizações, o estudo aconselha
as empresas a mapearem as carreiras dos seus gestores, de forma a desenvolverem
à medida as suas capacidades de liderança, segundo o contexto
da empresa e das suas funções.