Vítor Andrade
vandrade@mail.expresso.pt
QUANDO se chega à situação de o principal
empregador de uma determinada região ser a câmara municipal,
algo está profundamente errado na organização do
sistema de trabalho nesse mesmo local.
Infelizmente, no nosso vasto e abandonado Alentejo esta é uma situação
que começa a generalizar-se. As empresas transformadoras não
se estão lá a instalar, as poucas que ainda existem vão
sobrevivendo com algumas dificuldades e a agricultura - que durante muitas
décadas foi o grande motor da economia local - está a ser
abandonada, ou então vai alienando campos a alguns empreendimentos
turísticos (muitos de importância questionável).
O efeito "Alqueva" ainda não se está a fazer sentir
e começam a ser penosas as consequências da desertificação.
Milagres não existem, é certo, mas impõe-se uma mobilização
colectiva urgente, que acuda a toda aquela região. Porque o Alentejo
merece.