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O 'bom aluno' Portugal

A responsabilidade social veio para ficar nas nossas empresas
02.06.2006


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Cátia Mateus

A gestão sustentável e socialmente responsável está a ganhar adeptos de peso no panorama empresarial português. Maria João Vasconcelos, consultora sénior da Sair da Casca — empresa pioneira em Portugal na consultoria em responsabilidade social — assegura que o país se tem revelado, neste domínio, um «bom aluno» à escala europeia. Depois da desmistificação do conceito e das empresas terem compreendido que a gestão sustentável é mais do que uma moda, é altura de desbravar caminho e cativar cada vez mais empresas para a causa da responsabilidade social.

É verdade que uma empresa não tem responsabilidade sobre a vida quotidiana dos seus trabalhadores. Mas não é menos verdade que pode, se estabelecer políticas nesse sentido, ajudar a facilitar a gestão quotidiana dos seus funcionários. As grandes empresas foram as primeiras a compreender o impacto desta «ajuda» na produtividade dos seus colaboradores e também os benefícios em termos de imagem externa que daí resultam.

Mas, para Maria João Vasconcelos, «hoje, felizmente, a responsabilidade social já se afastou dessa ideia de moda e benefícios de imagem e centrou-se no seu contributo efectivo para um mundo sustentável». Na opinião da responsável, os últimos dois anos foram decisivos. «As boas práticas passaram a ser divulgadas e o interesse dos directores e gestores por estas questões aumentou, com impacto directo na sua aplicação prática», explica.

Para a responsável, «todas as empresas têm boas práticas mas não as têm estruturadas em modelos de gestão». Maria João Vasconcelos insiste na ideia de que a responsabilidade social «é uma criação de valores e não um conjunto de acções de caridade». E adianta que «Portugal teve nos últimos anos uma boa ‘performance', comparativamente a outros países onde o conceito já estava mais enraizado».

Não existem dados quantitativos para o país, nesta matéria, mas avança que Portugal é dos países mais activos do World Business Council of Sustainable Development. Maria João assume ainda que o país já percebeu que «a responsabilidade social não é só porque que a lei obriga a fazer, é um acto voluntário».





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