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Notas não determinam emprego

Notas não determinam emprego

Para Daniel Traça, diretor adjunto da Nova School of Business and Economics (Nova SBE), o sistema educativo português é excessivamente centrado numa lógica de “estuda, tem boas notas e terás emprego”. Nada mais errado na opinião do professor que não tem dúvidas de que “no final, não é quem tem nota mais alta que tem garantia de recrutamento”. Há outras competências que determinam a empregabilidade.

09.05.2014 | Por Cátia Mateus


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Segundo Daniel Traça, diretor adjunto da Nova School of Business and Economics (Nova SBE), seis meses depois de concluírem a sua formação 100% dos alunos da instituição estão empregados. O número, garante o responsável, resulta da qualidade técnica dos estudantes da instituição, mas é também o resultado do investimento da escola no desenvolvimento de um programa de orientação de carreira que desde o início da formação trabalha no terreno com os alunos para os levar a descobrir quais são as suas reais valências profissionais e como podem trabalhar as competências necessárias para se destacarem entre a concorrência não apenas pelas notas, mas pela combinação da qualificação com a atitude.
“O que fazemos com os nossos alunos é levá-los a perceber o mais cedo possível o que querem para a sua carreira e que competências devem desenvolver para alcançar esse objetivo. Depois, incentivamo-los a trabalharem para serem os melhores a fazerem aquilo que gostam”, explica Daniel Traça. Nos últimos quatro a cinco anos, a Nova SBE tem constatado, segundo explica, através do contacto com empregadores e do feedback de alunos nacionais e estrangeiros sobre a integração no mercado de trabalho em território nacional e internacional que “os alunos em Portugal, sobretudo quando são comparados com os de outros países, têm muito menos experiência no currículo”. Ou seja, “têm currículos muito académicos onde faltam elementos de conctacto com a vida real e com o mercado de trabalho”, enfatiza.

Foi a constatação desta limitação que levou a Nova SBE a delimitar há quatro anos toda uma estratégia de gestão de carreira para os seus alunos que é vísivel não só no Career Development Program, como num vasto leque de atividades desenvolvidas na instituição. Até porque, para Daniel Traça, “o que as empresas nos dizem é que as notas são importantes para filtrar potenciais candidatos, mas no final não é quem tem a nota mais alta que tem garantia de recrutamento. É o que consegue aliar a excelência técnica a outras competências que se adquirem com a prática e com o contacto desde cedo com o mercado de trabalho”.

Para levar os alunos da instituição a assimilarem desde cedo a importância destas competências não formais, a Nova SBE incentiva os estudantes a capitalizarem o máximo de experiência profissional, através de estágios de verão em empresas, logo desde o primeiro ano da licenciatura, e aplica há quatro anos um programa de desenvolvimento de carreira, sustentado em três vértices: autoconhecimento, conhecimento do mercado e competências. “No fundo, percorremos com os nossos alunos, através de uma política de acompanhamento personalizado, um caminho de descoberta sobre o que realmente gostam de fazer, onde estão agora as oportunidades e onde estarão no futuro, que competências necessitam para se potenciarem no mercado e o que têm de desenvolver para potenciar a sua empregabilidade”, explica Carolina Magalhães, responsável pelo departamento de carreiras da escola.

Este modelo - que contempla diversas iniciativas desde um workshop intensivo de três dias sobre empregabilidade e mercado de trabalho, a um programa de mentoring onde ex-alunos acompanham durante um ano (o último) os alunos da instituição preparando-os para o processo de integração profissional, a viagens que lhes dão a conhecer a realidade empresarial nacional e internacional – foi até aqui trabalhado com alunos de mestrado, mas será já no próximo ano aplicado aos estudantes de licenciatura.

Daniel Traça justifica a opção: “queremos levar os nossos alunos a pensarem no que querem fazer no futuro, antes mesmo de começarem a universidade e por isso este workshop passará a partir do próximo a ser de dez dias e logo aplicado no início das aulas”. A ambição do diretor adjunto é ter na Nova SBE aluno que “percebam o que são para perceberem onde querem chegar e qual o caminho a percorrer”. Uma receita que para Daniel Traça determina a empregabilidade até porque é esta objetividade e ambição que as empresas procuram.

Ligação às necessidades das empreas
A estratégia da Nova SBE de ligação dos seus alunos ao mundo empresarial, desde o início da formação, tem vindo a dar frutos. O exemplo mais recente do sucesso desta estratégia foi o prémio alcançado por uma equipa de estudantes de mestrado da instituição, integrados no Nova Consulting Club, um grupo fundado em 2009 por iniciativa de um grupo de alunos com interesse pela área da consultoria com a missão de preparar os estudantes da Nova SBE para uma carreira neste sector.

O Nova Consulting Club integra atualmente uma equipa de 16 elementos que trabalham como uma consultora, realizando projetos de consultoria para PME, fomentando o networking com profissionais da indústria, organizando atividades de empresas e preparando os alunos para entrevistas em empresas de todo. A equipa de alunos venceu o desafio que o The Boston Consulting Group (BCG) lançou a várias escolas. A missão durou três meses e consistia na realização de um business plan pormenorizado para um cliente do BCG. O objetivo era orientar uma Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento com missões em Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe a diversificar as suas fontes de financiamento. O projeto vencedor será implementado no terreno.



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