Cátia Mateus
A capacidade de criação de emprego no país tem vindo a abrandar, mas na globalidade das regiões permanece positiva. Contudo, na região Norte de Portugal, não só o desemprego continua a provocar vítimas, impulsionado pelas múltiplas falências, como a capacidade de gerar novos empregos tem vindo a sofrer quebras acentuadas desde finais do ano passado. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, entre Outubro de 2006 e Março de 2007, tinham já desaparecido 20.600 postos de trabalho.
Construção civil e educação são os sectores mais responsáveis por esta quebra no número de postos de trabalho a norte do país. Ao longo dos primeiros três meses deste ano, o volume de licenciamento de novas obras na região tem vido a diminuir e há uma tendência de evolução negativa nas intenções de investimento neste sector, sobretudo ao nível da habitação. As micro e pequenas empresas a actuar no sector da construção são as mais atingidas pela conjuntura e as que mais contribuíram para a quebra no número de postos de trabalho. Ao nível da educação, o panorama também não é favorável, sobretudo depois das reformas nas colocações de professores.
Mas, apesar do panorama não ser dos mais favoráveis, os dados indicam possibilidades de recuperação do emprego através de outros sectores. O turismo, por exemplo, tem dado sinais de grande dinamismo na região norte, levando os especialistas a acreditar que se trata de uma área em expansão no que toca à criação de novos empregos.
Outro dos sectores que prende a curiosidade dos analistas é o têxtil. Sempre que se fala em crise é nos sectores tradicionais que se pensa, mas os dados do INE revelam que, no primeiro trimestre do corrente ano, o volume de negócios do sector têxtil cresceu 2,3% face a 2006. Esta subida é sobretudo sustentada pelas exportações e poderá não ter, a curto prazo, um impacto directo na criação de novos postos de trabalho, sobretudo devido à forte concorrência dos países do Leste. Mas já evidencia sinais de recuperação.