A ideia de criar esta empresa que opera em Portugal e nos Estados Unidos da América surgiu em 2011. Teve por base a vontade destes empreendedores em auxiliarem quem educa crianças a terem mais tempo para se dedicarem ao trabalho com estas e menos nas tarefas burocráticas diárias. Segundo Hugo Augusto, um dos fundadores e CEO da MyChild, “40 % é o tempo que as educadoras de infância gastam com documentação, a registar rotinas e atividades de aprendizagem das crianças. Fazem fichas diárias escritas à mão e no tempo que estão a fazer esse trabalho, estão afastadas do tempo que poderiam dedicar a tarefas centradas no desenvolvimento das crianças”.
Na prática a MyChild vem resolver esta situação, pois é um sistema de gestão de aprendizagem que ajuda as creches e jardins-de-infância a estarem focadas no desenvolvimento das crianças e a reduzirem a utilização de papel na documentação que produzem, bem como o tempo despendido na informação escrita que têm de produzir. Conta Hugo Augusto que as educadoras “abrem o programa, colocam a informação que depois pode ser revista pelas diretoras e é enviada para os pais num formato mais conveniente. É apenas necessário um computador com acesso à internet”. Pais, educadores e diretoras das creches têm todos a sua área reservada na plataforma a que podem aceder e onde encontram diversas funcionalidades.
Hugo Augusto explica que a sua motivação para criar esta empresa surgiu pelo facto de que quando o seu filho era pequeno e estava na creche recebia informação dos seus progressos em papel. “Estas fichas muitas vezes perdiam-se e era complicado partilhá-las com outros familiares”, frisa. Depois da ideia, os empreendedores começaram em abril de 2011 a bater a portas de creches e jardins-de-infância, com crianças do berçário até aos 5 anos, o seu público-alvo, para ver se o seu negócio fazia sentido. Durante vários meses estiveram a preparar o software e durante essa altura Hugo Augusto foi para os EUA fazer um MBA. Foi lá que desenvolveram o plano de negócios e integraram uma competição de empreendedorismo em Chicago, que venceram. Resolveram por isso fazer uma ronda de financiamento em Portugal e a Naves - Sociedade de Capital de Risco, tornou-se seu investidor institucional.
Dois meses depois da MyChild ter começado a operar em Portugal, local onde está sediada na Start Up Lisboa, começou a sua atividade nos EUA. “O facto de estar lá a fazer o MBA foi determinante para entrarmos nos EUA e é um mercado muito atrativo”, revela o CEO. Neste momento têm como clientes 20 creches e jardins-de-infância em Portugal e 100 nos EUA. Um país que nesta área tem ainda muito a crescer, tendo em conta que existem mais de 300 mil destes estabelecimentos, ao passo que em Portugal não chegam aos três mil. “O nosso objetivo é continuar a crescer nos EUA, onde a procura é muito forte. Em Portugal o foco é no talento e em quem está mais predisposto a experimentar um novo serviço”, salienta Hugo Augusto.
Desde o início que estes empreendedores pensaram sempre em internacionalizar a sua empresa. Para já estão focados em Portugal e nos EUA e só a médio prazo pensam em expandir para o resto da Europa. Ainda quanto ao futuro, revela Hugo Augusto, vão continuar a apostar na área da educação de infância e a pensar como poderão ajudar mais os educadores. “É algo que nos apaixona”, finaliza Hugo Augusto.
BI Empresarial
Promotores:
Hugo Augusto, 35 anos, licenciatura em gestão de empresas
Mauro Bonêco, 28 anos, Licenciatura em engenharia informática
Carlos Monteiro, 28 anos, Licenciatura em engenharia informática
Nelson Lima, 29 anos, licenciatura em engenharia informática.
Data de criação:
Abril de 2011
Área de atuação:
A MyChild presta um serviço web que ajuda as creches e jardins-de-infância a focarem-se no desenvolvimento das crianças. Na prática apoia os educadores a comunicar de forma rápida e eficaz com os pais, num ambiente privado e seguro. Para além do serviço de comunicação, disponibiliza ferramentas de trabalho para os educadores e directores, como por exemplo relatórios diários e de progresso customizáveis, calendário e gestão de eventos, entre outras.
Investimento inicial:
200 mil euros.
Postos de trabalho:
Nove distribuídos por Portugal e os EUA.
Principais clientes:
Creches e jardins-de-infância com crianças do berçário até aos 5 anos de idade.
Conselhos de atuação:
Para criar uma empresa é necessário ter uma equipa forte, escolher bem os financiadores e perceber muito bem o negócio que se vai lançar.
Website:
www.mychild.pt