Maribela Freitas
Especialistas nos cuidados a ter com a alimentação e promotores da boa forma física, os nutricionistas são profissionais muito requisitados no Verão. Mas a procura não se limita a esta altura do ano. O sector privado, nomeadamente a área da estética, health clubs, clínicas privadas, entre outros, estão ávidos por estes profissionais.
No último inquérito realizado pela Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN) aos seus associados — perto de mil indivíduos — não se registava desemprego entre os sócios. “Existem cada vez mais nutricionistas a trabalhar em consultórios e clínicas privadas, é uma área em expansão. Proliferam também as clínicas de estética e ginásios que não dispensam nutricionistas”, refere Alexandra Bento, presidente da APN. Esta é uma realidade atestada pela Associação de Empresas de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP).
A Associação revela que os ginásios têm vindo a “acrescentar na lista dos colaboradores os nutricionistas”. Isto porque “os ginásios cada vez mais apostam nos serviços complementares”, acrescenta a AGAP. Com o crescimento que a área económica de negócios relacionados com a saúde, bem-estar e forma física está a ter em Portugal, é difícil para a APN contabilizar com exactidão a procura de nutricionistas. Contudo, Alexandra Bento não hesita em afirmar que esta tem aumentado e que vai continuar a crescer, tendo em conta o aumento dos problemas relacionados com a alimentação.
Bárbara Beleza, responsável pelo Gabinete de Inserção na Vida Activa da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), revela que “é cada vez maior o número de instituições e empresas que se registam na bolsa de emprego da FCNAUP, em que se faculta às entidades empregadoras a consulta online dos currículos de potenciais candidatos e a colocação de ofertas de emprego”. A nutrição é uma ciência relativamente recente em Portugal e a FCNAUP foi pioneira na criação da licenciatura em ciência da nutrição, curso que forma estes especialistas.
Segundo os dados mais recentes do Observatório de Emprego da Universidade do Porto, que dizem respeito aos licenciados de 2005/2006 neste curso, 89% tinham actividade profissional regular. Deste total, 75% exerciam actividade na área de formação, 11% frequentavam estágio remunerado e 3% eram bolseiros em projectos científicos. “Tendo em consideração os dados referentes à empregabilidade e ao próprio feedback dos nossos profissionais, podemos afirmar que a nossa licenciatura tem uma crescente procura no mercado de trabalho”, acrescenta Bárbara Beleza.
A presidente da APN considera que a apetência do mercado de trabalho por profissionais de nutrição contabiliza-se também pelo número de universidades que ministram a licenciatura em ciências da nutrição. “Durante muitos anos, havia apenas a UP. No ensino público continua a ser a única, mas no privado existem mais cinco. Este boom prende-se à maior procura destes profissionais no mercado”, salienta Alexandra Bento.