Cátia Mateus
A conjuntura não é favorável, mas
no Porto 60% dos alunos de Economia já estavam empregados antes
de concluírem a licenciatura
NUMA ALTURA em que a crise e os seus efeitos na contratação
de trabalhadores, é o maior inimigo dos recém-licenciados
em busca de um lugar no mercado de trabalho, a Faculdade de Economia
da Universidade do Porto (FEP) regista taxas de inserção
profissional bastante elevadas.
De acordo com um inquérito realizado pelo Gabinete de Apoio ao
Aluno da instituição no ano lectivo de 2000/2001 e recentemente
divulgado, 80% dos licenciados já haviam ingressado no mercado
de trabalho três meses após a conclusão da licenciatura.
O mesmo documento revela que 60% dos licenciados estavam já empregados
antes de concluir a licenciatura ou conseguiram trabalho no mês
a seguir à conclusão do curso.
A máxima de que a universidade deve estreitar a sua ligação
ao mundo empresarial parece fazer cada vez mais sentido. Quando o país
assiste a um elevado número de recém-licenciados no desemprego
e outros tantos a desempenhar funções muito abaixo das
qualificações que detém, "a FEP aposta
na proximidade escola e empresa como ferramenta para a empregabilidade".
O inquérito realizado pela instituição junto de
cem alunos finalistas, no ano lectivo de 2000/2001, é indicativo
não só de uma elevada taxa de empregabilidade (80%), mas
também de permanência na empresa findo o período
de estágio.
Segundo Leonor Vasconcelos Ferreira, responsável pelo Gabinete
de Apoio ao Aluno da FEP "os resultados do inquérito
apontam, à semelhança dos resultados dos inquéritos
anteriores, para uma rápida e relativamente estável inserção
no mercado de trabalho".
Um ingresso mais rápido para Gestão
O curso de gestão é o que garante o "passaporte"
mais rápido para o mercado de trabalho. Com efeito, 78,1% dos
licenciados neste curso estavam já empregados um mês após
a conclusão dos estudos, enquanto entre os licenciados em economia
essa percentagem não excedia os 49,3%.
Contudo, alargando-se a análise para o período de três
meses após a conclusão das licenciaturas, o estudo apurou
que 87,5% dos licenciados em gestão estavam no mercado de trabalho
à semelhança de 80,6% dos licenciados em Economia.
Um ingresso que continua a ser mais fácil para os homens licenciados
em qualquer uma destas áreas, do que para as mulheres com a mesma
formação.
Cerca de 80% dos licenciados da FEP conseguiram emprego nos três
meses seguintes à conclusão do curso.
O inquérito revela também que dois em cada três
licenciados na FEP mantêm o seu emprego inicial e que a estabilidade
laboral é maior para os licenciados em economia (73,1%) do que
para os formados em gestão (56,3%).
Em matéria de sectores de actividade, Leonor Vasconcelos Ferreira
revela que, "o sector dos serviços é o principal
empregador dos licenciados da FEP". Este sector emprega maioritariamente
licenciados em gestão, do sexo feminino e com níveis finais
de classificação elevados.
A par deste, apenas outros dois sectores económicos estão
representados na estrutura de emprego dos licenciados desta instituição:
a indústria transformadora, que absorve cerca de 16% dos licenciados
e o sector da construção civil o obras públicas
que gera emprego a 5,4% dos licenciados. Nestes dois sectores a preferência
vai para os profissionais do sexo masculino, com formação
em economia.
No que respeita ao nível de evolução das remunerações,
o inquérito agora apresentado pela FEP revela que "a
distribuição das remunerações anuais líquidas
para a primeira actividade profissional representa o escalão
de remuneração entre os 7000 e 10.500 euros anuais".
Todavia, para os licenciados com média final de 14 ou mais valores
o escalão remuneratório poderá subir, podendo situar-se
entre os 10.500 e os cerca de 14.000 euros anuais.
O documento apresentado pela instituição de ensino nortenha
indicia ainda que são os licenciados em Economia quem mais aposta
na formação contínua. Cerca de 41,8% já
havia regressado à universidade em Dezembro de 2002.
Na opinião de Leonor Vasconcelos Ferreira, "o objectivo
deste sistema de recolha de informação é o de monitorizar
os percursos de integração profissional dos recém-licenciados
e avaliar a empregabilidade das licenciaturas oferecidas na FEP".
A responsável avança ainda que este sistema permite efectuar
uma recolha de informação, "útil à
reflexão sobre a qualidade e adequação da formação
ao nível das licenciaturas e efectuar uma prospecção
de mercado que permita melhor programar a oferta de formação
pós-graduada".