Cátia Mateus
NUMA altura em que se comemora
o Ano Europeu da Pessoa com Deficiência sucedem-se
as iniciativas (em vários domínios) no sentido
de promover o direito à plena integração
na sociedade dos portadores de deficiência. O acesso
ao emprego e à formação não
são disso excepção.
A Associação Industrial Portuguesa (AIP) acaba
de lançar, em parceria com o Governo Civil de Lisboa, no
seu "site" uma Bolsa de Emprego vocacionada para pessoas
com necessidades especiais. Em www.aip.pt, o caminho é
apenas um: o da integração.
A AIP disponibiliza a partir do seu sítio uma plataforma
que permite aos portadores de deficiência procederem à
sua inscrição numa Bolsa de Emprego, através
da internet. A ideia é criar uma base de dados a partir
da qual os empresários e sócios da AIP possam recrutar
funcionários.
O projecto fornece ainda um vasto leque de informações
úteis sobre as vantagens legais de que as empresas beneficiam
por ajudar os portadores de deficiência a encontrarem um
lugar no mercado de trabalho.
Promover a formação e informação
À parte desta iniciativa, outras se perfilam no panorama
nacional até porque a integração destes profissionais
também se faz através de um acesso mais facilitado
aos sistemas de formação e informação.
Neste contexto, o Governo apresentou recentemente um pacote de
medidas onde se integra o programa ACESSO, desenvolvido pelo antigo
Ministério da Ciência e Tecnologia e actualmente
gerido pela Presidência do Conselho de Ministros.
Uma das metas deste programa é reforçar a acessibilidade
e as tecnologias de apoio nos currículos e iniciativas
de Ensino Superior. Francisco Godinho, membro da coordenação
estratégica do programa e coordenador do Centro de Engenharia
de Reabilitação em Tecnologias de Informação
e Comunicação da Universidade de Trás-os-Montes
e Alto Douro (CERTIC), explica que "é necessário
investir na formação de alunos e professores de
forma a fornecer-lhes os conhecimentos necessários e sensibilizá-los
para estas questões".
Neste contexto, uma das iniciativas previstas poderá passar
por envolver as licenciaturas em Engenharia no esforço
de desenvolver soluções ao nível do "software",
"hardware" e outras tecnologias de apoio que permitam
facilitar o acesso da informação ao maior número
de pessoas.
Para Francisco Godinho, é notório que "as
próprias universidades terão de ter recursos e materiais
adequados aos alunos com deficiência para que, por exemplo,
um aluno que não possa estudar através do livro
tradicional tenha o seu conteúdo disponibilizado em formato
digital".
Entre os vários projectos a concretizar neste campo destaca-se
uma aposta forte no estímulo à investigação
nestes domínios e o reforço à criação
de "sites" acessíveis a pessoas com necessidades
especiais.