OS PORTUGUESES que investem em
acções de formação profissional obtêm
um aumento salarial de 5%, sendo este o maior valor do grupo de países
pertencentes à OCDE. Este é um dos resultados em destaque
do Employment Outlook 2004, o relatório anual sobre o emprego elaborado
por aquela organização internacional.
O montante do prémio salarial originado pela aposta na formação
profissional ainda é maior do que o da educação
formal - 12º ano ou licenciatura, por exemplo -, sendo este de
4,5%.
A referida análise também constatou que os portugueses
que participam em acções formativas, face aos que não
o fazem, possuem uma maior probabilidade de escapar ao desemprego e
têm mais possibilidades de permanecer activos no mercado laboral.
Neste plano, o relatório da OCDE também revela que se
uma pessoa investir mais 10% de tempo em actividades de educação
ou formação aumenta a sua probabilidade de estar activo
em quase quatro pontos percentuais e diminui o risco de desemprego em
2%.
A nível da produtividade, as estimativas contidas no estudo apontam
para que o aumento de um ano na educação de um trabalhador
gera um crescimento na produtividade de 5%. Além disso, este
elevar do nível de escolaridade pode criar a longo prazo um impacto
positivo no grau de inovação empresarial.
O relatório também salienta que a qualidade dos recursos
humanos é um factor crucial para atrair investimento directo
estrangeiro (IDE) e desenvolver sectores de tecnologia de ponta. As
estimativas indicam que o crescimento de apenas um ano de escolaridade
na população pode aumentar o fluxo de IDE em 1,9%.