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Inovação com sabor

27.02.2004


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Cátia Mateus

QUATRO engenheiros, 21 mil euros de investimento, muitas ideias e vontade de as colocar em prática. Eis a receita de sucesso para um negócio bem cozinhado. Criada em 2001, por quatro empreendedores - Pedro Santos, Pedro Falcato, Rui Almeida e Luís Mira da Silva - a Consulai é uma empresa de consultoria agro-alimentar que se dedica à criação de tecnologias inovadoras aplicadas à conservação de alimentos. Tudo começou com a tentativa de conservar uma simples salada de fruta, através da aplicação de revestimento comestível.


Um trabalho académico decorrente do curso de engenharia agronómica denunciou a oportunidade de negócio, mas foi só o espírito de iniciativa e a vontade de derrubar barreiras que tornou possível a criação da empresa.

Organizada em duas grandes áreas - inovação e consultoria - a Consulai é o exemplo perfeito de uma empresa que nasce nos bancos da universidade.

"Em 1999 decidimos testar a viabilidade de uma ideia de negócio que nos tinha surgido como sequência de um trabalho de fim de curso. Candidatámos a nossa ideia de criar um revestimento comestível que ajudaria a conservar a fruta descascada, ao programa de Incentivo à Criação de Pequenas e Médias Empresas de base tecnológica (ICPME), que comprovou a inovação e aplicabilidade do produto", explica o empresário Pedro Santos.

A partir daqui, o projecto Consulai ganhou vida. Somaram-se vitórias mas também dificuldades, "a primeira das quais na industrialização do produto".

Apesar deste entrave, os jovens engenheiros avançaram para a concretização da empresa alargando a actividade ao sector dos serviços mas nunca abandonando as bandeiras da inovação e diferenciação. Uma estratégia que acabou por se revelar certeira.

A arte de bem conservar

Entre os seus vários clientes a Consulai destaca a indústria do sector agro-alimentar.

Além de desenvolver tecnologias de conservação de alimentos e "softwares" e sistemas de informação aplicáveis ao rastreio alimentar, a Consulai opera ao nível da consultoria prestando apoio técnico na implementação de sistemas de qualidade, projectos de investimento e "marketing" alimentar.

Na criação da empresa, os quatro engenheiros investiram 21 mil euros. Um investimento que já foi recuperado e que o ICPME financiou a 75 %.

Actualmente, a Consulai "marca pontos na área dos serviços e da gestão da qualidade". A batalha quotidiana da empresa é afirmar-se na área da I&D. Para isso, já estabeleceu uma parceria com uma empresa inglesa, com o objectivo de desenvolver um núcleo de investigação e desenvolvimento dentro da Consulai.

Pedro Santos avança que a expansão da empresa para outras áreas não está posta de lado até porque a Consulai entrou recentemente no domínio do rastreio alimentar.

Ainda assim, o empreendedor salienta que "para já estamos concentrados na área alimentar o que representa uma vasta diversidade de sub-áreas".

Em termos de internacionalização a rota da empresa poderá passar pelo Brasil. Os empreendedores perspectivam o estabelecimento de algumas parcerias que ajudarão a Consulai a atravessar o Atlântico.

Apaixonados pela vida empresarial, Pedro Santos, Pedro Falcato, Rui Almeida e Luís Mira Silva acreditam que mais do que gerir um negócio, o empresário tem o privilégio de poder ser útil à sociedade através do seu projecto.

"Obviamente temos mais stresse, mais riscos, muitas dificuldades no arranque do negócio, mas o prazer de ver crescer dia-a-dia algo que é nosso é enorme", confessa.

Talvez por isso, acreditem que "depois de elencar todos os cenários - objectivos da empresa, viabilidade do projecto, possíveis lacunas, dificuldades e concorrência - o empreendedor não deve deter-se e deve avançar com o seu projecto, decidido a vencer barreiras".





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