Ruben Eiras
ENTRE 1995 e 2000, os empregos
intensivos em conhecimento aumentaram quase 5% em Portugal, um valor acima
da média da UE, que se ficou pelos 3,1%. Este é um dos resultados
em destaque de uma análise estatística elaborada recentemente
pelo Eurostat.
De acordo com aquele documento, o segmento das áreas da educação,
da saúde e das actividades culturais e desportivas foi o que
registou a maior taxa de crescimento, com cerca de 6,5% (a média
europeia foi de 2,4%).
Próximo da média da UE, o segmento de serviços
intensivos em conhecimento - constituído pelos transportes marítimos
e aéreos, as actividades imobiliárias, o aluguer de equipamento
e outras actividades empresariais - cresceu 4,6% e o dos serviços
"high-tech" 2,7%.
Em contraste, os mercado dos serviços financeiros intensivos
em conhecimento registou uma contracção de 0,9% no período
em análise.
Não obstante esta boa "performance", Portugal ainda
está distante da UE neste capítulo de emprego qualificado.
Com efeito, enquanto que 16% da população activa da UE
desempenha actividade nestes segmentos, somente 1,9% dos portugueses
trabalham em empregos intensivos em conhecimento.
Outro desafio pela frente é o da produtividade do trabalho intensivo
em conhecimento, onde Portugal se fica pela metade da média europeia.
Os números falam por si. Um europeu, em média, produz
49 mil euros, enquanto um português só gera 24 mil. Um
indicador que confirma mais uma vez a urgência de uma aposta na
melhoria das competências de gestão dos portugueses e no
aumento do valor acrescentado do tecido empresarial.
Mas existem boas perspectivas na criação de um nicho de
excelência no sector "high-tech" em Portugal.
A mesma análise do Eurostat, revela que entre 1996 e 2001, o
crescimento das exportações deste segmento foi de 22,5%,
um valor bem superior à média europeia, que se situou
nos 15,3%.
Todavia, o peso deste sector nas exportações da economia
portuguesa ainda é de 6,8%. No continente europeu, a média
é de 19,8%.