Vítor Andrade
ESTA semana a morte de dois trabalhadores da construção,
no Norte do país, fez as manchetes de muitos telejornais. Foi triste
e revoltante. Estamos a falar de vidas humanas e não de números
que enformam friamente as estatísticas.
Aconteceu numa obra pública, em que a fiscalização
constatou, após o acidente, que as normas básicas de segurança
não tinham sido cumpridas. Só não se compreende por
que é que essa mesma fiscalização não alertou
antes da ocorrência para o perigo iminente e previsível.
É inaceitável que, num país que se quer moderno e
pretende convergir em todos os indicadores com os parceiros comunitários
mais evoluídos da UE, ainda haja gente irresponsável que
não observa os procedimentos mais elementares daquilo a que pomposa
e repetidamente se chama "normas de higiene e segurança no
trabalho".