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Governo quer combater desemprego no Porto

08.08.2003


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Cátia Mateus/Fernanda Pedro e Maribela Freitas

COM 20 milhões de euros e quatro eixos de acção o Governo propõe-se combater o desemprego que grassa no distrito do Porto. Os números não são exactos, mas estima-se que na região existam cerca de 100 mil desempregados.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), no primeiro trimestre do corrente ano o volume de desemprego na região norte rondava os 7,1%.

Um crescimento na ordem dos 3,3 pontos percentuais face a igual período do ano anterior, para o qual terão contribuído não só as sucessivas falências registadas a norte, como também a desfavorável conjuntura económica que continua a afectar o país.

Para o executivo de Durão Barroso, a solução passa por apoiar o investimento e a criação de emprego, fomentar os pequenos negócios com recurso ao microcrédito, conceder apoio de consultoria às pequenas empresas e apostar na promoção da qualificação e do emprego. Um pacote de medidas temporárias que deverá funcionar a par do Programa Nacional de Emprego e Protecção Social, já em vigor.

O plano agora apresentado é uma tentativa por parte do Governo de trazer de volta ao Porto a competitividade que perdeu nos últimos anos, mas a estratégia utilizada não reúne consenso. Na realidade, até os trabalhadores têm pouca esperança nos resultados que o novo plano irá gerar.

Para Paula Bernardo, coordenadora do gabinete técnico da União Geral de Trabalhadores (UGT), "a proposta do governo é positiva mas insuficiente porque se está a combater o desemprego com medidas conjunturais, sem atacar as questões estruturais". A sindicalista refere que "as acções agora apresentadas, além de tardias, não são inovadoras".

Também para o PCP o Conselho de Ministros não trouxe medidas eficazes de combate ao desemprego na região do grande Porto.

Em declarações à agência Lusa e pronunciando-se sobre esta questão, o PCP defendeu que as acções anunciadas já constavam de programas existentes e os 20 milhões de euros atribuídos "são insuficientes face à gravidade da situação".

O Bloco de Esquerda vai mais longe. Em comunicado, o BE apelida de "simulação de combate ao desemprego" as medidas anunciadas pelo executivo mostrando pouca esperança nos seus resultados práticos.

Todavia, as medidas apresentadas parecem agradar aos jovens empresários. Armindo Monteiro, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), não esconde que o montante atribuído ao distrito é insuficiente, mas adianta que o facto de se olhar o problema de frente já é um bom princípio.

Ainda assim, defende que o problema não terá solução enquanto o país não enraizar outra postura. "Portugal não pode continuar a agir ao nível da 'terapia' mas sim centrar o seus esforços na 'profilaxia'", explica. Ou seja, dar prioridade à prevenção e não à cura.





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