Ruben Eiras
AS PEQUENAS empresas são as que melhor gerem e
rentabilizam os seus meios de produção. De acordo com a
análise de Eugénio Rosa, economista, baseada em dados do
"Sistema de Contas Integradas das Empresas 1999-2000" publicado
pelo INE, a produtividade do capital fixo (a medida da contribuição
produtiva do factor capital utilizado pela empresa) é mais elevada
nas empresas com menor dimensão, ou seja, entre 20 a 99 trabalhadores.
Segundo aquele documento, as pequenas empresas obtiveram, em média,
36 cêntimos de valor acrescentado bruto (VAB) por cada euro investido
em capital fixo, enquanto os negócios com uma força de 100
ou mais empregados geraram apenas 23 cêntimos de VAB.
De acordo com a definição do INE, a produtividade do equipamento
depende não só da utilização mais ou menos
intensiva do equipamento, "mas também do grau de modernização
e automatização da empresa".
A mesma publicação revela que a produtividade do capital
nos sectores têxtil, calçado e construção,
"considerados como sendo pouco competitivos", sublinha
Eugénio Rosa, é superior, por exemplo, à das indústrias
extractivas, à indústria de pasta de Papel e Cartão
e da Borracha e Materiais Plásticos.
Para aquele economista, estas diferenças de graus de produtividade
de capital não se explicam penas pelas características económicas,
sociais e produtivas próprias de cada sector.
"Esta situação não só revela problemas
e deficiências graves a nível de gestão e do planeamento
da produção, mas também a não realização
de muitos investimentos, a sua falta de rentabilização e
provavelmente a inexistência de mercado suficiente que possibilitasse
a sua utilização plena", remata.