Gestão abre novos horizontes a jovens profissionais
Num contexto económico difícil, investir numa formação mais abrangente tem-se revelado uma aposta ganha para muitos profissionais em busca de novas oportunidades de carreira, crescimento na empresa ou até mesmo de uma mudança drástica no seu rumo profissional. Em Portugal a corrida aos MBA e aos programas de gestão está a acelerar-se e diz quem já investiu nestes cursos que após a sua conclusão, os horizontes ficam mais largos.
10.02.2012 | Por Cátia Mateus
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A flexibilidade para a mudança, quer geográfica quer vocacional, é nos dias que correm o ponto dominante nas opiniões dos especialistas quando o tema é ultrapassar as barreiras do atual mercado de trabalho. Os estudos mais recentes sobre a tendência do mercado de trabalho nacional são claros ao referir que para triunfarem neste mercado, os profissionais terão de estar dispostos a eliminar as suas limitações geográficas, investir continuamente na sua qualificação profissional e procurar a cada dia novos horizontes, mesmo que isso implique desenvolver uma atividade fora da sua área de especialização inicial. E são cada vez mais os portugueses que já interiorizaram esta nova realidade e estão a investir no reforço das suas competências académicas com novas formações, transversais e abrangentes onde as competências e aptidões de gestão são a nota dominante.
Marta Tavares é licenciada em Sociologia e Planeamento. Iniciou a sua carreira na RTP realizando pesquisa e produção dos documentários do sociólogo António Barreto. Não há muito tempo assegurava a gestão estratégica da ARGO - Arte, Património e Cultura e hoje é gestora de conta no Sport Lisboa e Benfica. Filipe Sousa formou-se em Gestão e Engenharia Industrial e teve o seu primeiro contacto com o mercado de trabalho na Capgemini Consulting como consultor SAP. Hoje trabalha na área de Trade Marketing da Nestlé Portugal como Excellence Execution Manager. Ana Completo podia ter sido socióloga, área em que se formou, mas cedo se rendeu aos encantos da gestão de pessoas. Hoje é técnica de Recursos Humanos e Desenvolvimento Organizacional, na Vodafone Portugal. Em comum os três jovens profissionais têm o facto de, num ponto da sua carreira, terem sentido necessidade de ir mais longe, alargar horizontes e aprofundar as suas competências de gestão.
“A minha perspetiva de carreira sempre assentou na evolução e na mudança. Considero extremamente importante conhecer diferentes contextos empresariais e diferentes lógicas de mercado” salienta Marta Tavares que é de opinião que “se deveria mudar de emprego ou função a cada três anos”, porque afinal também a vida profissional é feita de ciclos. Marta queria trabalhar numa, e para uma, grande marca e investiu nisso. “Senti necessidade de estudar mais, de conhecer melhor os paradigmas atuais de Gestão e do Marketing e evoluir na vertente académica da minha carreira, num programa de executivos”, esclarece a gestora de conta do Sport Lisboa e Benfica enfatizando que “a reciclagem de conhecimentos é o denominador comum para o progresso profissional”.
Semelhante motivação teve Filipe Sousa Lima. Embora já se encontrasse na sua atual função de excellence execution manager na Nestlé Portugal quando decidiu investir numa formação executiva na área da Gestão, o jovem tinha em mente um claro alargamento de horizontes e competências. “Tirei uma licenciatura em Gestão e Engenharia Industrial e senti necessidade, fruto da minha função em trade marketing, de adquirir uma perspetiva integrada das funções da gestão e do marketing”, explica. Mudar de função ou de profissão não estava nos horizontes de Filipe e não foi com essa meta que voltou à faculdade, mas o jovem de 26 anos reconhece que “as carreiras profissionais, nos dias que correm, sofrem inúmeras mudanças e temos de estar sempre preparados para novos desafios”, frisa.
Ana Completo sabe-o bem. É técnica de recursos humanos na Vodafone Portugal e consolidou toda uma carreira na área da gestão de pessoas. Quando apostou numa formação executiva na área da gestão fê-lo com a meta de “aprender e ganhar conhecimentos transversais que permitissem assumir projetos cada vez mais abrangentes e desafiantes, em conjunto com outras áreas da empresa e que, simultaneamente, estivessem mais alinhados com as metas e os objetivos da organização para a qual trabalho”, refere.
Em comum Marta, Filipe e Ana têm o facto de terem frequentado o Programa Geral de Gestão (PGG) da Católica Lisbon. Como eles muitos outros profissionais têm apostado nesta formação para consolidar a sua carreira. Nos últimos anos, o PGG graduou cerca de 80 jovens profissionais. O programa soma já mais de uma década e, garante José Filipe Rafael, coordenador do PGG, “está ajustado às necessidades dos seus destinatários privilegiados que são jovens quadros de elevado potencial, sem formação de base na área da Gestão e em trajetória ascendente numa carreira empresarial”. O curso tem duração de um ano e para o coordenador permite uma grande flexibilidade no percurso de aprendizagem escolhido por cada participante.
“Nos últimos dois anos, em parte devido à conjuntura económica, os jovens têm mostrado um crescente interesse na formação complementar na área da gestão que tem demonstrado contribuir para a diferenciação destes profissionais no mercado laboral”, explica José Filipe Rafael acrescentando que a tendência dá sinais de continuidade.
“É notória a crescente procura, por parte de jovens profissionais que pretendem garantir uma evolução demarcada da sua carreira, por formações na área da gestão”, explica o coordenador do PGG. O curso é maioritariamente frequentado por engenheiros (35%), logo seguido por graduados oriundos das ciências sociais que representam 25% dos alunos deste curso que reúne ainda uma diversidade de outras áreas de formação.
José Filipe Rafael o curso dá a oportunidade aos jovens profissionais de diferenciar e valorizar os seus currículos no mercado de trabalho. Uma aposta necessária nos dias que correm já que “independentemente da senioridade e da formação académica, o mercado laboral está cada vez mais competitivo e é fundamental um investimento constante na formação e atualização de conhecimentos”, conclui o coordenador do PGG.
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