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Franchising assegura 117 mil empregos

Franchising assegura 117 mil empregos

Os negócios em rede já representam 2,55% do total do emprego criado em Portugal.

12.10.2017 | Por Cátia Mateus


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Nos últimos três anos, o franchising nacional contribuiu para a criação de mais de 53 mil empregos em Portugal.  As 574 marcas presentes em território nacional asseguram hoje, segundo o último Censo do Franchising, o estudo anual elaborado pela IFE - International faculty for executives,  117.450 postos de trabalho e um volume de negócios  que em 2016 atingiu os €5,1 milhões de euros. A maioria dos empregos criados é na área dos serviços, sector que continua a representar a maior fatia do ecossistema do franchising nacional. Carlos Santos, gestor do estudo na IFE, confirma um crescimento contínuo do franchising nacional mas alerta para a necessidade de maior regulamentação.
 
Em 2014, as 524 marcas de franchising a operar em Portugal empregavam 63.670 profissionais. Os dados mais recentes do Censo do Franchsing apontam para 117.450 postos de trabalho criados, uma evolução positiva de 53,7 mil empregos nos últimos três anos. Carlos Santos, reconhece que as contas de 2014 podiam pecar por defeito em relação ao número de profissionais e o número ser ligeiramente superior, já que à data do inquérito “muitas empresas não tinham atualizado a informação relativa à dimensão da sua estrutura”, mas enfatiza o “forte contributo do sector para a empregabilidade”.  
 
Regulamentação precisa-se
No último ano entraram em atividade 36 novas marcas, um crescimento de 4% face ao ano anterior. mas a cada ano 10 a 12 marcas desaparecem do mercado. Uma “taxa de moralidade” de cerca de 5 a 7% que o especialista justifica com a ausência de uma legislação específica para o sector em Portugal. “A Europa tem um código de boas práticas para o franchising e em Portugal é tudo o que vigora”, explica Carlos Santos acrescentando que a inexistência de um enquadramento regulatório específico para a área permite que, por exemplo, uma marca entre no mercado e comece a operar em regime de franchsing “antes mesmo do seu conceito estar testado e ter a maturidade necessária para dar segurança aos franchisados”.
 
Ou seja, aparecem cada vez mais no mercado “projetos muito incipientes, redes que não chegam a ter um franquiado, empreendedores que testam os modelos já no mercado”, explica. Uma realidade que não seria possível em países como a vizinha Espanha ou o Brasil, onde a legislação vigente exige que uma marca cumpra um apertado conjunto de regras e um rigoroso processo de validação antes de poder avançar para uma replicação do conceito em regime de franchising. Para Carlos Santos, o contrinuto do franchising para o emprego nacional poderia ser muito superior se este enquadramento legal existisse também em Portugal. “Por cá experimenta-se muito e não há nenhum organismo que regule e verifique se aquela marca reúne as condições para ser considerada um franchising”, argumenta.
 
Em 2016, 70% das marcas a operar no mercado nacional eram de origem portuguesa e implicavam,  maioritariaramente, um investimento inicial até 25 mil euros (47%) ou entre 25 e 50 mil euros (22,5%). Segundo Carlos Santos, “são as redes até quatro unidades que predominam, com 25,5% do total das marcas, logo seguidas pelas redes de 20 a 49 unidades, com um peso de 22% no total dos conceitos a operar em Portugal”. O crescimento nacional e internacional é o grande foco das marcas, ainda que o especialsita reconheça que esse crescimento seja hoje mais prudente do que foi no passado. Para o sustentar, as marcas procuram nos novos franchisados perfis de competências muito específicos.
 
“Empreendedores com um forte perfil comercial e capacidade financeira são os mais procurados pelas marcas”, avança o estudo, Porém, 27,5% dos franchisadores reconhecem que não basta ter um espírito empreendedor, é preciso que os seus parceiros de negócio sejam também proativos na venda dos seus produtos e serviços. As competências técnicas e de gestão são também valorizadas e apontadas como prioritárias por 13,4% e 12,7%, respetivamente, dos franchisadores. Só 9% apontam uma vasta rede de contactos como determinante.
 
Entre os requisitos considerados essenciais pelos franchisadores para integrar um projeto de franchising estão também a resiliência, a capacidade de liderança e de gestão de equipas, o gosto pela área de atividade da marca e a dedicação ao negócio a tempo inteiro.


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