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Falemos do tempo

11.02.2005


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Vítor Andrade

HÁ UMA angústia no ar. Neste ar insuportavelmente azul de um Inverno fingido. Dizem que não há memória de uma seca assim. Por mim, o que não há é memória de uma tão grande anestesia social.

O culto da inutilidade difunde-se profusamente à hora do jantar. Pela TV passam novelas e realidade, lado a lado com a indiferença. Lá longe, pontificam as elites. Criticam. Mandam dizer que está mal.

Mas ninguém sabe verdadeiramente quem são, ou o que distingue aqueles que as compõem dos demais. O Governo está na rua, à mistura com promessas políticas de circunstância. Dizem que o nível está baixo, na discussão da «coisa pública». Mas alguém vê os portugueses indignarem-se com isso?

O ar está vazio. Falta-lhe estrutura e dimensão. ...E o tempo continua seco.

 

 





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