Maribela Freitas
Apesar do panorama de crise que se vive actualmente, a consultora Everis tem vindo a registar um crescimento na sua actividade. Em função do acréscimo de trabalho, a empresa está a contratar novos funcionários, em especial recém-licenciados. Em média, entram mensalmente na empresa quatro a seis novos trabalhadores e só para os meses de Setembro e Outubro é esperada a contratação de 40. Um número que apesar de elevado está longe de preencher as expectativas das cerca de 400 candidaturas espontâneas que a empresa recebe por mês.
Afonso Mota, partner da Everis — empresa especializada em consultoria e implementação de sistemas de informação — explica: “temos duas linhas de recrutamento, uma de profissionais com experiência e outra de recém-licenciados que constitui a grande maioria das novas entradas na companhia”. Esta escolha relaciona-se com o facto da consultora preferir formatar os futuros funcionários e por isso, prefere recém-licenciados aos quais dá formação complementar à recebida na academia. Quanto aos profissionais com experiência, embora estes sejam contratados em menor número, servem para “complementar a nossa pirâmide com valências específicas”, salienta o partner.
Contrariamente à tendência económica que se vive actualmente, a Everis tem vindo a crescer, o que na opinião de Afonso Mota se deve ao facto de em alturas de crise as empresas apostarem mais na consultoria. O volume de trabalho está a permitir à Everis aumentar a sua contratação. Só em Março entraram na empresa 15 novas pessoas e o objectivo é crescer 25% em força de trabalho até ao final do ano. No que respeita ao perfil a contratar, a Everis privilegia recém-licenciados em matemática, informática, engenharias e gestão. “São pessoas que têm uma certa apetência para resolver problemas complexos e muito focadas nos resultados”, explica Afonso Mota. Procuram ainda pessoas com apetência para a investigação e gosto pela resolução de problemas, com boa comunicação oral e escrita e flexibilidade. A média de final de curso não é o mais importante, uma vez que o partner considera que “o melhor aluno não dá forçosamente o melhor consultor”. O importante são os resultados obtidos nos testes que a empresa faz, depois de proceder a uma primeira triagem baseada nas áreas de licenciatura já referidas. Só depois dos testes — um processo rigoroso de análise ao candidato — é que se dá ou não a contratação efectiva. Ao contrário de outras empresas, o candidato recrutado passa logo a fazer parte dos quadros da consultora.
Por norma são cerca de 400 as candidaturas espontâneas que chegam à Everis todos os meses, o que lhes dá um maior espaço de manobra para descobrir talentos. “As pessoas têm cada vez mais uma atitude pró-activa na obtenção de um emprego e hoje chegam à Everis mais candidaturas espontâneas que há cinco anos”, conta Afonso Mota. O facto de ter sido considerada pelo segundo ano consecutivo pelo ‘Great Place to Work' como a melhor empresa para os jovens trabalharem é na opinião do partner um dos motivos para esta procura, mas não só. “Os jovens procuram uma boa empresa para iniciar a sua carreira e que lhe ofereça experiências diferentes”, explica Afonso Mota. Na sua opinião é o que a Everis faz. Além do mais e sendo uma multinacional, oferece ainda a possibilidade de uma experiência internacional, num dos muitos escritórios que existem fora de Portugal. E não são raros os funcionários que em Portugal pedem uma experiência internacional, tal como também o escritório nacional recebe, sempre que possível, jovens dos escritórios estrangeiros.
Sendo que a Everis aposta maioritariamente em recém-licenciados, a empresa consegue reter os talentos que contrata? Afonso Mota afirma que “a grande maioria dos jovens acaba por ficar na empresa, apesar de neste mercado existir alguma rotatividade, uma vez que os nossos funcionários obtêm valências que se tornam interessantes para os nossos clientes e são muitas vezes aliciados por eles”. Na Everis a rotação é baixa e grande parte de quem nela entra acaba por aceder à categoria de partner. É que, “quem se apaixona pela área da consultoria acaba por trabalhar nela durante muitos anos. É uma actividade cheia de aliciantes, como por exemplo a diversidade de projectos em que nos envolvemos. E a diversidade é algo que atrai”, finaliza Afonso Mota.