Cátia Mateus
Com a taxa de desemprego nacional a bater os 7,3% no segundo trimestre de 2008, segundo o Instituto Nacional de Estatística, são cada vez mais os jovens que olham os demais países da Europa como uma aposta a ponderar, quando a meta é encontrar um lugar no mercado de trabalho. Para dar resposta a esta mobilidade crescente, vários programas foram surgindo com números de adesão que falam por si. O Programa Eures é um deles.
Presente em Portugal há cerca de 15 anos, o programa Eures trouxe para o país uma rede de serviços de emprego europeia que já colocou a trabalhar no estrangeiro centenas de portugueses. Por cá, a Eures está integrada no Instituto do Emprego e Formação Profissional, no Instituto Regional de Emprego, na Madeira e na Direcção Regional para o trabalho e Qualificação Profissional, nos Açores. Esta estrutura disponibiliza a partir do seu sítio na internet uma listagem de oportunidades de emprego para 31 países distintos.
De acordo com o último balanço deste programa, divulgado recentemente, em 2007 registaram-se 8512 candidaturas a colocações laborais na Europa. Desse número, cerca de 42% possuíam, pelo menos, qualificações ao nível do bacharelato. O perfil destes cidadãos é diverso mas a sua idade é maioritariamente igual ou inferior a 35 anos. Segundo a rede, tratam-se de jovens com qualificações superiores, disponibilidade pessoal e familiar, domínio de vários idiomas estrangeiros e que estão em situação de desemprego ou com vínculos de trabalho precários.
De salientar que esta rede tem diariamente uma oferta de 1,5 milhões de empregos para os 31 países onde está representada e tem vindo a dar uma resposta segura a um número cada vez maior de cidadãos que mostram abertura a mudar de país para arranjar emprego. Na verdade, cerca de 1,5% da população europeia já reside e trabalha noutro Estado-membro, segundo o gabinete estatístico europeu Eurostat. Uma tendência que deverá continuar a crescer.