Maribela Freitas
EM JANEIRO de 2004 terá início na Faculdade
de Belas Artes da Universidade de Lisboa um mestrado em estudos curatoriais.
Destina-se a artistas, historiadores de arte e a outros profissionais
das ciências sociais e humanas, e visa dar formação
numa área que cada vez tem mais expressão no mundo actual.
O desenvolvimento da arte contemporânea, no sentido de criar ligações
entre os criadores, a formação artística, os museus
e os públicos da cultura, está muito ligado à criação
de competências na área de curadoria de exposições.
Este foi um dos motivos que levou a Faculdade de Belas Artes e a Fundação
Calouste Gulbenkian a avançar com este curso. Contudo, a história
deste mestrado remonta aos anos de 1991/92, quando estas duas instituições
desenvolveram uma pós-graduação sobre o tema.
"Nessa altura a ideia era começar com os estudos pós-graduados
e avançar para o mestrado", explica José António
Fernandes Dias, um dos coordenadores do curso. Ao fim de dez anos e depois
de vários pedidos de bolsas para estudar estas matérias
no estrangeiro, estas instituições resolveram avançar.
"Este mestrado é único no país e só
existem mais quatro na Europa. O objectivo é criar uma formação
com o mesmo gabarito das que se encontram lá fora e que passe a
ser uma referência", salienta José António
Fernandes Dias.
O coordenador refere ainda que "além dos licenciados, a
formação está aberta a quem apresente um currículo
profissional firmado na área". É que, para este
responsável "existe necessidade de curadores em Portugal,
de pessoas com formação para desempenhar esta função".