Maribela Freitas
EM MARÇO vai ter início, na Escola Superior
de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica Portuguesa (UCP),
o primeiro curso de mestrado em Infecção VIH/sida, no Porto.
Com cerca de vinte vagas abertas, esta formação aposta numa
visão abrangente da doença: para lá do perfil médico,
integra os aspectos psicossociais, ético-legais e económicos
a ela associados.
Na promoção deste mestrado, a ESB conta com a colaboração
do Instituto de Bioética da UCP, em parceria com o Hospital de
Joaquim Urbano. Henrique Lecour, professor catedrático jubilado
da faculdade de Medicina da Universidade do Porto é o coordenador
do mestrado, contando com larga experiência de trabalho nesta área.
As candidaturas vão estar abertas até Fevereiro, o mestrado
terá a duração de dois anos, custará cerca
de cinco mil euros e estima-se que tenha entre 20 e 25 vagas. Quanto aos
objectivos a atingir, passam por aprofundar os conhecimentos em diversos
aspectos relacionados com a etiologia, a epidemiologia, a terapêutica
e manifestações oportunistas, e permitirá estruturar
a reflexão sobre aspectos psicossociais, ético-legais e
económicos da infecção por VIH.
Para Célia Manaia, professora auxiliar da ESB e membro da comissão
organizadora do mestrado, "esse é o elemento diferenciador
e inovador deste curso". Até agora, "o mestrado
tem estado a suscitar muita curiosidade. É uma área onde
existe muita falta de formação em Portugal e, com a realização
deste curso, a ESB quis alargar os seus interesses formativos",
explica Célia Manaia.
Sendo que este curso quer ser abrangente, tem como destinatários
aqueles que se interessem por esta matéria, que é transversal
a toda a sociedade. Assim, médicos e outros profissionais com interesse
na área, particularmente enfermeiros, psicólogos, sociólogos,
farmacêuticos, nutricionistas, biólogos e microbiólogos
são alguns dos destinatários.
A parte curricular do curso está estruturada em sete módulos
que incluem aulas teóricas, sessões de estágio clínico
e laboratorial e avaliação, num total de 335 horas. Etiopatogenia
e epidemiologia; terapêutica da infecção e das manifestações
oportunistas; aspectos psicossociais, ético-legais e económicos,
bem como metodologia, são algumas das disciplinas a ministrar.
O corpo docente integra mais de 60 especialistas provenientes de instituições
nacionais e estrangeiras.