Estratégia para a Inovação está em marcha
O Programa Estratégico para o Empreendedorismo e Inovação +E +I está apresentado e promete levar o empreendedorismo e a inovação ao ensino básico, reforçar o capital de risco, fomentar a ligação entre universidades e empresas e promover parcerias internacionais que coloquem os empreendedores e investigadores portugueses nas bocas do mundo. Parece estar em marcha a revolução do empreendedorismo nacional.
29.12.2011 | Por Cátia Mateus
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A adversidade económica e o crescimento do desemprego podem ser motores dinamizadores da iniciativa empresarial, motivando a capacidade de inovar e conduzindo ao aparecimento de microempresas, geradoras de autoemprego. Uma tendência já materializada noutros países e que em Portugal pode agora vir a beneficiar do novo plano do Governo para as matérias do empreendedorismo e inovação. O Executivo liderado por passos Coelho quer criar no país um ambiente mais amigo das empresas e dos que arriscam enfrentar a adversidade económica e criar novos projetos geradores de postos de trabalho.
O Programa Estratégico para o Empreendedorismo e Inovação +E +I, recentemente apresentado, assume vários objetivos base, entre os quais, a criação de soluções de financiamento, a introdução do conceito de empreendedorismo logo no ensino básico, o combate à aversão ao risco ainda tão característico dos portugueses, o aumento do investimento em inovação e promoção das patentes nacionais. Tudo servirá para criar no país uma sociedade mais empreendedora. Esta é, de resto, uma das grandes bandeiras do documento publicado em Diário da República, que aponta para janeiro a definição da forma como serão executadas as medidas e os prazos de execução das mesmas.
Segundo o diploma publicado “Portugal consegue taxas de empreendedorismo razoáveis. No entanto, este empreendedorismo é, em média, de baixo valor acrescentado, por vários motivos, entre os quais se salientam a fraca cultura de cooperação, a falta de estratégia empresarial, a ausência de visão a longo prazo, o défice de competências, a pouca valorização do mérito e a punição do fracasso”. Handicaps que o secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira, quer eliminar do panorama nacional.
O secretário de Estado reconhece que é necessário materializar em Portugal uma economia alicerçada na competitividade e abertura ao mundo, com pilares de conhecimento, empreendedorismo e qualificação dos recursos humanos. O Governo quer assim apostar forte no investimento em I&D, mas também na criação de bases para a disseminação do espírito empreendedor entre os mais jovens.
O documento apresentado pelo Governo foi elaborado em conjunto com personalidades de diversos setores de atividade e diversas áreas, assume-se como “um programa da sociedade para a sociedade” e elenca vários eixos de intervenção urgente. No plano do ensino, o desafio é alargar os conhecimentos e capacidades dos jovens, promovendo uma componente experimental no ensino básico e no secundário, com trabalho em laboratório. Trata-se de ensinar os jovens a empreender através de iniciativas práticas e orientadas para a resolução de problemas das comunidades locais, desde muito cedo.
Promover uma maior ligação e cooperação entre as empresas e as universidades, na área da I&D, é outra das metas deste programa que prevê também uma reestruturação dos sistemas de financiamento através da articulação das ofertas públicas e privadas, promovendo até capital de risco nacional e estrangeiro e otimizando a utilização dos mecanismos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Para assegurar a gestão de todas estas questões foi criado o Conselho Nacional para o Empreendedorismo e Inovação, uma estrutura que visa a articulação interministerial das políticas de empreendedorismo e inovação e que será presidida pelo primeiro-ministro.
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