Marisa Antunes
A gestão eficiente dos talentos é primordial para o sucesso das organizações. Conscientes deste facto, as empresas tentam recrutar cada vez mais cedo os melhores entre as melhores universidades, um investimento seguro, de retorno garantido. E mais cedo significa captar estagiários ainda antes do término da sua licenciatura, habitualmente durante o último ano do curso. Para as empresas, a principal vantagem assenta na redução do custo de integração do estagiário quando comparado com a contratação de licenciados à saída da universidade. Para estes finalistas, pouco ou nada afectados pelo fantasma do desemprego que grassa entre os licenciados com canudos de pouca saída, ou tirados em universidades ou politécnicos de prestígio duvidoso, a disputa que os rodeia confere-lhes o luxo da opção de escolha.
A Cap Gemini, consultora de gestão e tecnologias de informação (TI) faz parte do grupo de organizações que aposta cada vez mais cedo na contratação de jovens talentos, para manter a sua competitividade.Com o objectivo de garantir a captação de futuros profissionais de grande potencial, a multinacional mantém uma parceria com o ISCTE (Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa), especificamente para os alunos das licenciaturas de informática de gestão e engenharia informática.
“Os operadores de mercado envolvem-se com frequência numa luta aguerrida para contratar os melhores talentos à saída das universidades. Esta luta está a tornar-se cada vez mais difícil, por isso começa cada vez mais cedo. A Cap Gemini, que quer diferenciar-se por ser a melhor escola de profissionais em consultoria e tecnologia, está a criar uma relação com esses jovens talentos para perceber se eles terão sucesso dentro da nossa organização. E para isso não basta ter a melhor nota”, explica Ricardo Fortes da Costa, director de recursos humanos da multinacional.
Para estes candidatos a um lugar ao sol dentro da empresa de consultoria espera-se que consigam estar à altura dos desafios: “Quem entra cá deve provar que tem ambição e capacidade, sendo dada a oportunidade para aprender muito. Aqui, o desenvolvimento de carreira é rápido e bem recompensado. Não direi que é uma espécie de Grupo de Operações Especiais (GOE) mas anda muito próximo desse conceito”.
Quase a terminar o estágio de nove meses, Cátia Correia faz parte de um grupo de 13 estagiários que está desde Setembro a trabalhar para a Cap Gemini. A jovem finalista do curso de Informática de Gestão, está consciente do significado subjacente à oportunidade de aprendizagem neste ambiente empresarial.
A adaptação a um mercado competitivo e a possibilidade de trabalhar a um nível internacional, através da «network» da multinacional são apenas algumas das vantagens, conta. Mas não só. O grau de exigência é outra mais-valia citada. “Não é muito vulgar vermos elementos da direcção directamente envolvidos num projecto de estágio e isto acontece aqui, onde costumam estar presentes membros da administração nas reuniões de trabalho. Isso dá-nos uma maior visibilidade dentro da organização”, explica Cátia, que tem uma média de curso de 16 valores.
A ligação à Cap Gemini começa através da cadeira final de curso — Projecto Empresarial —, quer pelo docentes do instituto, quer pela própria empresa, através do desenvolvimento de projectos específicos. Os 13 estagiários que estão envolvidos com a multinacional estão a desenvolver, neste momento, sete projectos.
Mário Romão, docente no ISCTE, é um dos responsáveis pelos projectos finais de curso, onde se integram estas ligações com empresas como a Cap Gemini. “Temos seis parceiros como a Cap Gemini, com processos organizados e entre 20 a 30 que nos procuram para meros estágios. Parceiros como a Cap Gemini, com maturidade e muito focados em resultados e competências são fundamentais para os nossos alunos pois, apesar de os envolverem num ambiente pré-competitivo, não os colocam sob a pressão de um projecto completo, mas põem-nos a explorar temas e a inovar nas ofertas”, explica o professor, lembrando que na licenciatura de IGE, saem todos os anos, uma média de 50 finalistas.
Os projectos que desenvolvem no último ano repartem-se por áreas diversas como o «Business Inteligence», o CRM (Customer Relationship Management)» ou outros ligados a «software» ou no segmento das telecomunicações.
Mara Ferreira, antiga aluna do ISCTE e actual coordenadora dos estágios na multinacional, realça a importância de trabalhar em grupo neste projecto. “O trabalho em equipa é fundamental numa consultora onde os projectos são feitos em conjunto, por isso é algo que é analisado na avaliação. Outra questão que privilegiamos é a proactividade dos estagiários. É essencial que estes consigam tirar partido dos recursos que a empresa dá”, sublinha a responsável.
Feitas as contas, no final, a experiência acaba por ser proveitosa para todos. Até mesmo para aqueles que acabam por não ficar na CAP Gemini pois rapidamente são absorvidos pelo mercado, garante o director de RH.
“Para nós, quando contratamos à saída das universidades é uma espécie de operação «rally Paris-Dakar»: tudo tem de ser feito rapidamente, com custos elevados e sem ter a certeza de que chegamos ao fim. Quando fazemos a abordagem dos estágios, pelo contrário, conseguimos prever com mais segurança a qualidade das pessoas que vamos contratar”, conclui Ricardo Fortes da Costa.
Dicas para ter sucesso
. Antes de começar o estágio recolha toda a informação possível sobre a empresa e o sector em que esta actua.
. Respeite as normas da empresa e assimile bem a cultura empresarial.
. Dê sempre o seu melhor. Eficiência e excelência são palavras-chave.
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Mostre inovação e criatividade.
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Integre-se bem em trabalhos de equipa.
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Nunca perca a calma, mesmo em ambientes de tensão.
. Absorva o máximo que puder durante o estágio, pois a experiência acumulada é sempre uma mais-valia.
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Faça a planificação das metas que pretende atingir no seu estágio.
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Se tiver dúvidas, não hesite em pedir ajuda ao supervisor de estágio ou aos seus colegas.
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Alimente sempre a sua «network». É hoje mais valiosa do que nunca.