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Espanha aqui tão perto

Os portugueses procuram cada vez mais os MBA (mestrados em gestão empresarial) no pais vizinho. A razão é simples: Madrid e Barcelona têm uma das melhores e mais prestigiadas escolas do mundo neste domínio
17.03.2006


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Manuel Posser de Andrade
Cada vez mais portugueses escolhem Espanha como destino de eleição para tirar um mestrado em Gestão, vulgarmente designado por MBA-Master in Business Administration. Em 2005/2006 foram 62 as inscrições de alunos portugueses, contando apenas com as duas instituições mais conceituadas deste pais: o Instituto de Empresa (IE), em Madrid, e a IESE Business School, sediada em Barcelona.


«O aumento de inscrições em relação ao ano anterior foi de 28%», revela Javier Muñoz, do IESE Business School, salientando que um dos principais motivos na escolha desta universidade «é constar do ‘ranking' das 20 melhores escolas de MBA a nível mundial, publicado por diversos meios como o ‘Financial Times' ou a ‘Economist'».

Apesar de escolherem quase sempre o «MBA Executivo» em língua inglesa e não espanhola, «o factor da proximidade, o forte carácter internacional e o ‘networking'» são as principais razões da escolha dos alunos portugueses apontadas por Gonzalo Garland, director de relações externas do Instituto de Empresa, outra universidade espanhola que consta do «ranking» das 20 melhores do mundo.

Tanto no IE como na IESE, apenas 15% dos alunos de MBA Internacional são espanhóis. Os restantes dividem-se entre europeus (30%), América Latina (25%), Estados Unidos (15%) e outros (15%). Já o perfil deste «candidato internacional» é ser licenciado em Gestão ou Engenharia, com a idade entre os 28 e os 31, 5 anos de experiência profissional mas, ao contrário do que se pensa, «nem sempre vêm de grandes empresas ou multinacionais», salienta Gonzalo Garland.

Para este professor e responsável do Instituto de Empresa, muitos dos que optam pelo IE tornam-se futuros empreendedores, criando os seus próprios negócios: «Os alunos elaboram planos de negócio durante o programa, aconselhados por um grupo com mais de 200 tutores externos, e 25% desses planos transformam-se em empresas», afirma. O empreendedorismo no IE conta ainda com o apoio do INCEVED (International Centre for Enterpreneurship and Ventures Development), um portal virtual que liga 24 escolas internacionais e que serve de intermediário entre empreendedores e fundos de investimentos.

Apesar dos preços destes programas (entre os 40 e os 50 mil euros por um ano), considerados elevados face aos MBA nacionais, ambos dispõem de bolsas de estudo para alunos portugueses. É o caso do IESE que participa no prémio Primus Inter Pares que, em parceria com o Banco Totta-Santander, oferece a totalidade das propinas aos quatro melhores alunos de Gestão das universidades portuguesas.

A "aventura" do MBA

NO ANO passado, Ana Garcia tornou-se empreendedora ao abrir em Portugal a Loja do Avô, que vende todo o tipo de produtos e serviços vocacionados especificamente para pessoas idosas. Antes de criar este negócio, a sua carreira tinha passado por uma importante empresa na área da consultoria e por uma multinacional farmacêutica, esta última sediada em Madrid.

Foi nessa altura, em 2004, que decidiu inscrever-se no Instituto de Empresa, onde realizou o Executive MBA na vertente de empreendedorismo. O salto para a «aventura» do seu próprio negócio surgiu pouco depois: «Sentia que apesar de um percurso empresarial de sucesso, precisava de construir algo meu», afirma Ana Garcia.

E assim foi: inaugurada no ano passado, a Loja do Avô transformou-se em «franchise» e já existem três lojas «franchisadas» em Lisboa, Almada e Funchal. «Este ano contamos abrir mais duas», revela a empreendedora portuguesa com um MBA espanhol.





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