Cátia Mateus
EMPREENDER é a solução encontrada
pela Faculdade de Engenharia da Universidade Porto (FEUP) para combater
as dificuldades de acesso ao mercado laboral por parte dos recém-licenciados.
Com um tempo médio de espera para colocação dos seus
alunos no mercado de trabalho de 1,3 meses, a faculdade aposta no fomento
à criação de empresas por parte dos estudantes e
"alimenta" uma saudável interacção
com cerca de 3200 potenciais empregadores. Como resultado, uma ponte para
o mercado de trabalho mais fácil de percorrer.
Há muito que a FEUP entendeu que o aumento da taxa de empregabilidade
entre os seus alunos depende também da capacidade de auto-emprego
e da dinamização da iniciativa empresarial.
Na realidade, segundo Emília Silva, responsável do gabinete
de integração profissional da instituição,
"a política de apoio à criação de
novas empresas originárias no meio académico é o
resultado de uma forma mais abrangente de encarar a empregabilidade, que
a FEUP sempre defendeu".
Uma estratégia que na sua opinião resulta das novas dinâmicas
económicas que actualmente se vivem, mas também do crescente
espírito empreendedor existente na faculdade.
Relação com empresas duplica procura
De acordo com a responsável, o tempo médio de espera pelo
primeiro emprego por parte dos alunos da instituição é
de 1,3 meses, o que os coloca entre o "ranking" europeu dos
que menos demoram a ingressar no mercado laboral.
Um panorama para o qual terá contribuído a estreita ligação
entre a FEUP e as cerca de 3200 empresas (potenciais empregadoras) com
que interage.
O resultado não podia ser outro. No ano transacto duplicou a procura
de recém-licenciados da instituição por parte dos
contratadores.
Emília Silva chega a referir que em algumas áreas, como
as engenharias industrial e informática não existe qualquer
espera para ingressar no mercado já que os contactos se fazem antes
mesmo dos estudantes concluírem o curso.
Paralelamente a esta rede de empresas, a FEUP criou há cerca de
um ano uma bolsa de emprego "online" que conta já com
mais de 400 empresas inscritas.
Contudo, a grande aposta da instituição vai para o incentivo
aos projecto empresariais criados no seio da universidade, nomeadamente
a criação de "spin-offs" académicas com
forte componente de inovação e tecnologia.
Diz Emília Silva que a prioridade da faculdade é "ter
um papel activo no fomento ao empreendedorismo".
A responsável acrescenta que este é um desígnio que
deve ser adoptado como um "dever nacional". Neste campo,
além dos vários seminários que promove regularmente,
a FEUP criou recentemente um consultório de ideias de negócio.
Um fomento à capacidade empreendedora dos estudantes de resto comprovado
pelo facto de cerca de metade das empresas incubadas pelo ninho de empresas
do Business Inovation Center e 60% das lançadas pela Sogist (ambas
participadas pela Universidade do Porto) serem oriundas da FEUP.