Diário do Minho - Rede EXPRESSO
A ENGENHARIA de Vestuário da Universidade do Minho
não vai abrir vagas este ano lectivo, depois de em 2003/2004 os
lugares terem ficado por preencher devido à falta de alunos. A
licenciatura vai ser modificada, num processo que inclui mesmo a mudança
de nome.
Em compensação pela ausência deste curso, o número
de entradas em Engenharia Têxtil foi reforçado (30 vagas)
e acompanhado por campanhas de divulgação junto dos estudantes
do ensino secundário.
A directora do curso de Engenharia de Vestuário, Rosa Vasconcelos,
explica que a academia minhota preferiu não abrir vagas este ano,
enquanto não está concluído o criterioso trabalho
de "profunda reestruturação" que está
a ser desenvolvido.
Paralelamente, está a ser feito um trabalho de sensibilização
dos jovens para as questões da cultura científica. A mesma
responsável salienta que até agora têm sido levadas
a cabo acções junto dos jovens do secundário, mas
terá de ser equacionada a possibilidade de começar mais
cedo, junto dos estudantes do básico, a fim de que se apercebam
das possibilidades que esta área lhes abre.
A directora considera que a falta de procura para Engenharia do Vestuário,
à semelhança do que acontece com outras licenciaturas na
área das tecnologias, reside num "problema a montante".
Em seu entender, é necessário incutir nos jovens a "cultura
da tecnologia", para que eles possam escolher cursos com bons
níveis de empregabilidade e decisivos para o desenvolvimento do
país.
Rosa Vasconcelos sublinha que os finalistas das licenciaturas em Têxtil
e Vestuário são muito requisitados pelo mercado de trabalho,
ocupando lugares de destaque em empresas internacionais e nacionais, quer
operem no nosso território ou se tenham deslocalizado para países
como a Bulgária ou o México.
Por outro lado, a académica destaca a necessidade de mostrar aos
jovens "a outra faceta" deste sector de actividade, que
já não se prende única e exclusivamente com a imagem
das costureiras ou das confecções tradicionais.
A pensar nas diferentes realidades do vestuário, a licenciatura
prepara os jovens para serem "capazes de apoiar as empresas nos
respectivos processos de desenvolvimento tecnológico e na gestão
da produção".