Fernanda Pedro
AGIR e pensar estrategicamente são considerados
elementos-chave para uma função financeira de classe mundial.
No entanto, muitos executivos dizem que os recursos humanos dos seus departamentos
financeiros não estão a responder ao desafio. Esta foi uma
das conclusões a que chegou o estudo divulgado pela Accenture -
uma empresa de prestação de serviços de consultoria
de gestão, tecnologia e "outsourcing" -, baseado num
questionário "online" global efectuado em Março
deste ano pelo Economist Intelligence Unit (EIU).
O EIU questionou mais de 182 executivos de organizações
de diversos sectores de actividade, com facturação entre
500 milhões e oito biliões de dólares. Os inquiridos
detêm uma variedade de posições de gestão,
incluindo "chief executive officer" (CEO), vice-presidente,
administrador e "chief financial officer" (CFO).
O objectivo deste estudo foi identificar os atributos de uma função
financeira de classe mundial e determinar como as organizações
classificam a "performance" dos seus departamentos financeiros.
Ao identificarem a importância de certas funções
financeiras, relativamente à contribuição para
o sucesso global do negócio, 69% dos entrevistados responderam
que o mais importante é "permitir à equipa de
gestão efectuar as melhores decisões de negócio".
Apenas 37% referiram que os seus próprios departamentos financeiros
efectuam um bom trabalho nesta área, enquanto que 57% são
da opinião de que a "performance" dos mesmos nesta
área é de grau médio. Apenas 9% acreditam que é
pobre.
Quanto à importância dada pelos executivos ao aspecto estratégico
da função financeira, a maioria dos gestores (79%), escolheu
o "pensamento financeiro estratégico" como uma
das principais qualidades que procurariam num CFO. 36% preferem as qualidades
mais tradicionais, incluindo a "transparência financeira"
e 34% escolheram "tolerância zero no que respeita
aos erros e fraudes contabilísticas".
Relativamente aos três mais importantes atributos de uma cultura
financeira de alto desempenho, mais de metade das respostas apontaram
para "uma forte capacidade para análise estratégica"
e "uma ligação clara com a estratégica
global da empresa".
Para Stewart Clements, responsável global pela área de
Finance Solutions da Accenture, "o estudo confirmou que o papel
do CFO está a progredir rapidamente nas organizações.
Esta função está a ser progressivamente desafiada
a criar valor para o accionista e a desenvolver vantagens competitivas".