Ruben Eiras
AS EMPRESAS portuguesas são pouco inovadoras nos domínios do investimento das pessoas e da segurança e saúde no trabalho. Um recente estudo realizado pela Mundiserviços sobre a responsabilidade social das empresas constatou que mais de 60% das empresas inovam pouco na segurança laboral, e que cerca de 84% não inovam ou só introduzem mudanças pontuais nos serviços de saúde.
De acordo com aquela investigação, a responsabilidade social das empresas portuguesas foca-se na melhoria das condições ergonómicas, sobretudo nos aspectos da iluminação, ventilação, temperatura e humidade do ar e na adaptação dos equipamentos aos utilizadores.
Capital humano na gaveta
No capítulo da segurança, a maioria dos inquiridos promove a prevenção de incêndios (64%), mas somente 40% possuem planos de emergência e apenas 20% investem em formação profissional para lidar com situações de emergência. No plano do investimento no capital humano, perto de 80% das empresas não praticam qualquer inovação na formação profissional, 70% não promovem a participação dos trabalhadores e mais de 60% não investem em políticas que conciliem o trabalho e a família. Os melhores resultados verificaram-se na política salarial e na gestão de carreiras.
No que diz respeito ao envolvimento das empresas com a comunidade envolvente, o estudo revela que 3/4 das empresas apresentam comportamentos deficitários, limitando o seu apoio apenas a nível da concessão de patrocínios. Quanto à adopção de práticas responsáveis a nível do ambiente, mais de 70% não inovam nesta área e somente 16% das empresas prosseguem práticas responsáveis de modo sistemático.
Para inverter este panorama, os autores do estudo sugerem a criação de uma certificação das empresas socialmente responsáveis, para que as empresas cumpridoras servissem de modelo, melhorando a sua imagem no mercado e na sociedade.