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Empreender no feminino

29.07.2005


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Fernanda Pedro e Maribela Freitas

NUMA altura em que a crise económica continua a grassar, somam-se as iniciativas para estimular o espírito empreendedor nacional. Duas associações, com o apoio do Programa Operacional de Emprego, Formação e Desenvolvimento Social, estão a implementar projectos que vão levar à criação de 120 novos negócios por mulheres.

A Associação Comercial e Industrial de Barcelos (ACIB) está a dinamizar o projecto «Empreendedorismo no feminino» que visa motivar as mulheres a entrar no mundo dos negócios. «Queremos desenvolver o empreendedorismo numa região em que há grande défice de novos projectos», explica João Albuquerque, director-geral da ACIB. Neste concelho predominam os negócios na área têxtil e vestuário e João Albuquerque quer quebrar esta tendência. «Pretendemos motivar a criação de negócios em áreas novas mas também complementares às tradicionais em Barcelos», frisa.

O projecto da ACIB vai englobar 40 mulheres desempregadas, com habilitações mínimas ao nível do 11.º e 12.º ano de escolaridade ou bacharéis e licenciadas e está dividido em três fases. A primeira engloba formação em áreas como a gestão, e a segunda etapa é constituída por consultoria individual às empreendedoras onde se traçará o plano de negócio. Por último, a criação da empresa inclui uma bolsa de cinco mil euros a cada formanda. As interessadas poder-se-ão candidatar até 11 de Setembro. As empreendedoras serão seleccionadas com base no seu currículo e numa entrevista que determinará a motivação e perfil para a criação de um negócio próprio.

A Associação das Pequenas e Médias Empresas de Portugal está também a motivar o empreendedorismo feminino. Até ao final do ano, e englobado no seu programa «Empreendedoras PME», 80 mulheres irão criar o seu próprio negócio.

Liliana Oliveira, responsável por este projecto, explica que «esta é a sua segunda edição e já está a revelar-se um verdadeiro sucesso em termos de oportunidades de emprego para as mulheres desempregadas que se candidataram». Das 230 mulheres que frequentam o curso, 20 já formaram a sua empresa e mais 80 estão em vias de concretizarem o seu negócio. «Tem sido um programa muito eficaz e que motiva as participantes a arriscarem-se por conta própria. Além da formação estas empreendedoras têm ainda um apoio de consultoria e quando os projectos são inovadores concedemos um incentivo financeiro», refere Liliana Oliveira. O incentivo para cada uma é de cerca de quatro mil euros para o arranque do negócio. Liliana Oliveira revelou ainda que apesar de a escolaridade obrigatória ser o 12º ano, «quase todas eram licenciadas no desemprego».

Na primeira edição, 24 mulheres tornaram-se empresárias mas o programa limitou-se a Braga. Agora engloba diversas áreas do país.




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