Fernanda Pedro e Maribela Freitas
NUMA altura em que a crise económica continua a grassar, somam-se
as iniciativas para estimular o espírito empreendedor nacional.
Duas associações, com o apoio do Programa Operacional de
Emprego, Formação e Desenvolvimento Social, estão
a implementar projectos que vão levar à criação
de 120 novos negócios por mulheres.
A Associação Comercial e Industrial de
Barcelos (ACIB) está a dinamizar o projecto «Empreendedorismo
no feminino» que visa motivar as mulheres a entrar no mundo dos
negócios. «Queremos desenvolver o empreendedorismo numa
região em que há grande défice de novos projectos»,
explica João Albuquerque, director-geral da ACIB. Neste concelho
predominam os negócios na área têxtil e vestuário
e João Albuquerque quer quebrar esta tendência. «Pretendemos
motivar a criação de negócios em áreas novas
mas também complementares às tradicionais em Barcelos»,
frisa.
O projecto da ACIB vai englobar 40 mulheres desempregadas, com habilitações
mínimas ao nível do 11.º e 12.º ano de escolaridade
ou bacharéis e licenciadas e está dividido em três
fases. A primeira engloba formação em áreas como
a gestão, e a segunda etapa é constituída por consultoria
individual às empreendedoras onde se traçará o
plano de negócio. Por último, a criação
da empresa inclui uma bolsa de cinco mil euros a cada formanda. As interessadas
poder-se-ão candidatar até 11 de Setembro. As empreendedoras
serão seleccionadas com base no seu currículo e numa entrevista
que determinará a motivação e perfil para a criação
de um negócio próprio.
A Associação das Pequenas e Médias Empresas de
Portugal está também a motivar o empreendedorismo feminino.
Até ao final do ano, e englobado no seu programa «Empreendedoras
PME», 80 mulheres irão criar o seu próprio negócio.
Liliana Oliveira, responsável por este projecto, explica que
«esta é a sua segunda edição e já
está a revelar-se um verdadeiro sucesso em termos de oportunidades
de emprego para as mulheres desempregadas que se candidataram».
Das 230 mulheres que frequentam o curso, 20 já formaram a sua
empresa e mais 80 estão em vias de concretizarem o seu negócio.
«Tem sido um programa muito eficaz e que motiva as participantes
a arriscarem-se por conta própria. Além da formação
estas empreendedoras têm ainda um apoio de consultoria e quando
os projectos são inovadores concedemos um incentivo financeiro»,
refere Liliana Oliveira. O incentivo para cada uma é de cerca
de quatro mil euros para o arranque do negócio. Liliana Oliveira
revelou ainda que apesar de a escolaridade obrigatória ser o
12º ano, «quase todas eram licenciadas no desemprego».
Na primeira edição, 24 mulheres tornaram-se empresárias
mas o programa limitou-se a Braga. Agora engloba diversas áreas
do país.