A subsidiária portuguesa da DXC Technology — a nova consultora de tecnologias de informação que resulta da fusão anunciada esta semana entre a unidade de serviços da Hewlett-Packard Enterprise (HPE) e a Computer Sciences Corporation (CSC) — espera ter 400 colaboradores até ao final do ano, o que vai implicar o recrutamento de 100 novos consultores.
“O número de contratações pode até ser superior, dependendo da evolução do negócio, em especial da expansão das áreas de delivery (entrega de serviços) e dos serviços partilhados nearshore”, refere Manuel Maria Correia, diretor-geral da DXC Portugal, referindo que a empresa vai criar oportunidades para profissionais com experiência e para jovens recém-licenciados em engenharia, nomeadamente os que tenham competências nas áreas de software analítico e de segurança.
Manuel Correia, um praticante de ultramaratona que até agora geria o negócio de energia e utilities da Hewlett Packard Enterprise de Portugal e Espanha, admite que está a ser cada vez mais difícil recrutar em Portugal nas áreas tecnológicas, porque tem havido mais procura do que oferta de recursos humanos qualificados devido ao aparecimento de startups e de centros de serviços partilhados de multinacionais. Para contornar este problema de escassez, a filial portuguesa da DXC vai apostar em programas de recrutamento nas universidades.
Além das oportunidades geradas pela economia portuguesa, Manuel Correia espera que o crescimento da filial portuguesa da DXC Corporation venha a passar pela prestação de serviços a outros países europeus que pretendam fazer nearshore (deslocalização) de serviços partilhados para Portugal. Inserida na região sul da Europa da DSX, a subsidiária portuguesa ‘herda’ da HPE e da CSC dois escritórios em Oeiras e um centro de dados em Évora e um portefólio de clientes empresariais em Portugal de vários sectores de atividade, desde a energia à indústria, passando pelos serviços financeiros e telecomunicações. “Haverá um processo de junção das equipas ex-HPE e ex-CSC, mas ainda não está decidida a localização final da sede”, diz Manuel Maria Correia.
Transformação digital
“Queremos ser uma das três maiores empresas de serviços em Portugal na implementação e desenvolvimento de projetos de transformação digital para os sectores público e privado. Apostamos em soluções transversais nas áreas da nuvem, analítica, segurança, BPM (Business Process Management)”, ambiciona o líder da DXC Portugal, referindo que a empresa pretende reforçar a presença nos sectores da banca, seguros, saúde, transportes. Na prática, a DXC vai concorrer com as filiais locais de multinacionais de serviços de tecnologias de informação como a Accenture, IBM ou a Fujitsu.
Apesar de se ter separado em 2015 da HP Inc (o ramo da antiga HP que ficou com a fabricação de computadores pessoais e impressoras) e da HP Enterprise (que fabrica servidores e outros equipamentos), a DXC Technology vai manter uma relação estreita com estas empresas irmãs. Já a CSC, outra empresa americana histórica na área de serviços de tecnologias de informação, traz para a DXC portuguesa uma presença significativa no sector financeiro. “Pretendemos fomentar sinergias entre as empresas originais, aproveitando a complementaridade de clientes e as oportunidades de venda cruzada”, diz Manuel Maria Correia. Também fazem parte da rede de 14 parceiros estratégicos empresas como a Amazon Services, AT&T, PwC, Oracle, IBM, DellEMC, Microsoft e SAP.