De olhos postos na designada “economia criativa”, uma área que segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) congregava, no final do ano passado, quase 50 mil empresas em Portugal, responsáveis por um volume negócios superior a cinco milhões de euros, o IADE – Creative University, a escola portuguesa de design pioneira que integra desde 2015 o grupo Laureate International Universities, prepara-se para lancer já no próximo ano letivo uma nova licenciatura em Design Global e um curso de mestrado em Design de Interação. Com esta aposta, o instituto universitário quer dotar os seus alunos de capacidades globais e multidisciplinares que lhes permitam contribuir para a economia criativa.
Mesmo perante a crise, o sector da economia criativa não deixou de mostrar o seu potencial em Portugal. Em 2013, os dados do INE davam conta de um volume de faturação de 4,4 milhões de euros no sector cultural e criativo, com as agências de publicidade a responderem pela maior parcela, 18,6% do total, e as atividades relacionadas com a televisão a posicionarem-se na segunda maior posição em termos de dinâmica de negócio, com 10,6% do total de faturação de um sector que já então empregava 78,4 mil pessoas. É para estes profissionais, mas também para os que querem preparer-se para entrar no setor que o IADE decidiu alargar a sua oferta formativa. Já no ano letivo de 2016/2017, a escola de design terá uma nova licenciatura mais orientada “para o desenvolvimento de um conjunto alargado de competências para um exercício profissional de liderança, inovador e socialmente válido nas áreas criativas”, fez saber a instituição na apresentação do curso.
A formação está assente em project-based learning, onde todos os semestres existe um projeto para o qual contribuem todas as unidades curriculares da licenciatura. E segundo a coordenação do curso, assegurada por Ana Margarida Ferreira, os alunos vão ainda experimentar simulações de realidade profissional, seja em formato shadowing de profissionais experientes da área, seja através de trabalhos feitos a partir de briefing reais lançados pelas empresas. O curso terá também uma vertente internacional bastante vincada. Os alunos terão a oportunidade de estudar durante um semestre numa na Media Design School, na Nova Zelândia, ou na NewSchool of Architecture and Design, em San Diego, duas das mais reputadas instituições na área do design a nível global. A completar a oferta da escola está também o mestrado em Design de Interação, que coloca em destaque a realidade virtual e a robótica, com o objetivo de transmitir aos participantes “conhecimentos teóricos e competências práticas, em estreita colaboração com especialistas do mercado, permitindo-lhe responder às necessidades do utilizador e realizar testes de protótipos”.
Segundo a escola, com o aumento do recurso à realidade aumentada e virtual, à nanotecnologia, à computação ubíqua, à biologia sintética ou à robótica, a criação de um curso com estas características torna-se fundamental para explorar a relação entre as pessoas e os artefactos digitais e perspetivar o impacto social, cultural e ético das interações com tecnologias existentes ou emergentes. O curso sera coordenado pela vice-reitora do IADE, Emília Duarte, e “oferece aos alunos a oportunidade de serem os criadores do futuro num mundo fabricado, pensando naquilo que ainda falta fazer e que venha a ter um impacto positivo na sociedade e na qualidade de vida das pessoas”.