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Da horta para o prato

Dois jovens gestores renderam-se aos encantos da agricultura portuguesa
08.07.2005


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Cátia Mateus

O RITMO de vida a que quotidianamente estamos habituados e as exigências crescentes que decorrem do desempenho profissional delegam, não raras vezes, para segundo plano as tarefas domésticas. Ana Leite e Miguel Chambel, dois jovens gestores, encontraram uma forma de facilitar a vida aos consumidores exigentes que gostam de legumes e frutas frescos, mas não têm tempo para fazer compras com regularidade. Na «Colheita do Dia» propõem-se levar a sua casa frutas e legumes colhidos em hortas dos arredores de Lisboa.


Em cerca de um ano de actividade, a jovem empresa já angariou 160 clientes. Um patamar que Ana Leite diz ser bastante positivo, já que uma das grandes dificuldades sentidas na implantação deste projecto terá sido a divulgação dos serviços junto do mercado.

Ana Leite não hesitou em abandonar uma carreira na área da gestão para se dedicar a criar a Colheita do Dia, uma empresa cujo conceito surgiu da vontade do seu sócio em trazer para Portugal um modelo de negócio muito em voga nos Estados Unidos. O seu gosto pela agricultura foi determinante, mas Ana Leite confessa que, na fase inicial, as dificuldades foram muitas.

No projecto os dois sócios aplicaram 75 mil euros, mas o maior investimento foi mesmo a vontade pessoal. «Criámos a empresa para dar resposta a uma necessidade que detectámos em Lisboa: o acesso a frutas e legumes nacionais e de qualidade. Mas tivemos alguma dificuldade em estruturar o conceito», explica a empreendedora.

Simples na sua essência, a empresa necessitava apenas de um «site» (www.colheitadodia.pt), um contacto telefónico, uma rede de agricultores capaz de assegurar as encomendas e alguém a gerir os pedidos e a efectuar a distribuição. Todas as questões foram ultrapassadas, mas a dupla de empresários encontrou algumas dificuldades em agilizar a parte logística da empresa.

Ana Leite e o seu sócio centraram os seus esforços no estabelecimento de parcerias com agricultores de elevados padrões de qualidade. «Oferecemos cabazes de produtos aos nossos amigos para que testassem os produtos que pensávamos distribuir e depois passámos para a implantação do conceito de forma faseada», explica a empresária.

Actualmente, a «Colheita do Dia» entrega ao domicílio uma vasta gama de frutas e legumes frescos na área da Grande Lisboa. Contudo, a meta dos empreendedores é fazer crescer a empresa não só no número de clientes mas também na área geográfica das entregas e no número e diversidade de produtos.

O leite, o pão e as flores poderão a breve prazo passar a integrar a lista de ofertas da empresa, mas Ana Leite avança que «a intenção é apostar na oferta de cabazes temáticos, chás e produtos de agricultura biológica».

Segundo Ana Leite, «o público-alvo desta empresa são os casais ou as famílias numerosas, com actividades profissionais muito exigentes e sem grande disponibilidade para as actividades domésticas». A empresária garante que este tipo de serviços tem um grande potencial de crescimento no país e poderá ter bastante sucesso desde que a questão da qualidade e a comodidade do cliente sejam assumidos como pilares do negócio.

No caso específico da Colheita do Dia, os empresários consideram que a empresa cumpre uma dupla função: «além de ser um conceito de negócio aliciante que se insere numa lógica com futuro — os serviços de proximidade às famílias —, apoia também uma rede de 10 pequenos produtores que assim conseguem escoar os seus produtos». Por norma, são privilegiados os produtos nacionais, mas a oferta contempla também frutas exóticas.

B.I. empresarial

Nome: Colheita do Dia

Ano de criação: 2004

Sede: Lisboa

Responsáveis: Ana Leite e Miguel Chambel

Área de actuação: comércio e distribuição de produtos hortícolas e frutícolas ao domicílio

Investimento inicial: 75 mil euros

Principais clientes: casais e famílias numerosas com actividades profissionais intensas e sem grande disponibilidade para realizar as compras domésticas (produtos frescos)

Postos de Trabalho criados: dois

Lema: «da horta para o prato!»

Objectivos: aumentar os clientes, alargar a área geográfica e diversificar produtos

Conselhos: Teimosia é fundamental!





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