Fernanda Pedro
PARA os amantes da Fórmula 1, trabalhar numa das
equipas que participam nesta competição é um sonho
difícil de alcançar. Para os portugueses, esse objectivo
pode estar ainda mais longe já que Portugal não tem tradição
nesta modalidade. Apesar de existirem dois engenheiros portugueses a trabalhar
na McLaren, a possibilidade de ocupar um lugar em qualquer uma das equipas,
é sempre remota. Mas não impossível.
A Altran Engineering Academy realizou uma parceria com a Renault F1 com
o objectivo de proporcionar um estágio e um possível emprego
para jovens que queiram trabalhar em projectos de investigação
e desenvolvimento na equipa francesa de F1. A primeira edição
do concurso, que se realizou o ano passado, foi aberta apenas ao Reino
Unido e dos 1400 candidatos apenas um foi seleccionado.
Na segunda edição, que decorre neste momento, as portas
abriram-se a nível internacional. Segundo Ana Sofia Casais, responsável
de comunicação da Altran Portugal, «este é
um mercado onde se trabalha com tecnologia de ponta, sendo difícil
e muito competitivo». Mas nada impossível para os portugueses.
Na opinião de Ana Sofia Casais, os nossos profissionais são
reconhecidos a nível internacional. «Além disso
temos facilidade de comunicar em inglês, um requisito fundamental
no acto de selecção», reforça a responsável.
Na realidade, um finalista ou recém-licenciado nas áreas
de ciências e tecnologias que for seleccionado terá um estágio
de seis meses na equipa de I&D da Renault F1, em Oxford, no Reino
Unido, com direito a viatura, salário e alojamento. Poderão
concorrer jovens provenientes de oito regiões do mundo (que engloba
20 países), entre elas a região Portugal/Brasil. Serão
apurados oito finalistas e um deles será o vencedor.
Para concorrer, cada jovem terá de enviar um projecto de 500 palavras
em inglês - para o site www.altran-academy.com
-, e mais tarde terá de o defender oralmente. Os projectos assentam
em sete áreas tecnológicas: aerodinâmica; potência;
engenharia do desempenho; dinâmica do veículo; controlo de
sistemas; electrónica e materiais transdutores ou tecnologia do
combustível.
O prazo de entrega das candidaturas termina a 27 de Maio e em Julho será
decidido o vencedor. Em Setembro o finalista inicia o estágio.
Para Ana Sofia Casais, «Portugal poderá ter, assim, mais
um profissional a trabalhar na F1».