Cátia Mateus
Não é uma área de fácil empregabilidade ou reconhecida pela estabilidade laboral, na medida em que hoje a conhecemos, mas apesar disso, ser licenciado em comunicação social não tem necessariamente que ser sinónimo de dificuldade no acesso ao mercado, instabilidade ou até precariedade laboral. Pelo menos assim espelham os resultados de um estudo realizado pela Observatório de Entrada na Vida Activa dos diplomados da Universidade Católica Portuguesa relativo à taxa de empregabilidade da sua licenciatura em Comunicação Social e Cultural (CSC).
De acordo com o documento divulgado pela Católica, entre os anos de 1996 e 2006, cerca de 92,5% dos alunos que concluíram a sua licenciatura encontram lugar na vida activa. Desses, 42,7% estavam colocados no mercado em menos de um mês após a conclusão do curso e 23,7% tiveram de aguardar entre um a três meses para encontrar emprego. A instituição regista mesmo uma taxa 10,3% de licenciados em comunicação que antes de concluir a licenciatura já tinha lugar no mercado de trabalho.
Do total de licenciados nestes anos, 74,2% encontram-se a desenvolver actividade na sua área de formação e 25,8% mudaram de rumo profissional. Já em matéria de remunerações, 28,5% auferem, em média, entre 750 e 1000 euros mensais logo seguidos de uma percentagem de 20,7% com salários a rondar os 1250 euros. Apenas 3,9% confessam ter uma remuneração que não é fixa. Quando a análise incide sobre o tipo de vínculo laboral, o panorama é optimista: 38,8% dos licenciados nestes anos encontram-se com um vínculo de trabalho efectivo à entidade empregadora e 36,7% tem contrato de trabalho a termo. A prestação de serviços afecta ainda uma percentagem de 18,2%.
Números que para Isabel Gil, professora da Faculdade de Ciências Humanas da Católica, se devem ao esforço contínuo da universidade em oferecer aos formandos uma componente científica perfeitamente articulada com as necessidades do mercado. A docente avança mesmo que “a solidez da formação cultural e científica dos licenciados é claramente a marca que nos distingue e que explica o sucesso do curso”.
Isabel GIl explica que “o curso não se esgota na formação para o jornalismo, formando para várias áreas como a comunicação organizacional, a digital, a comunicação cultural, a visual”. Cinco especializações criadas com base na premissa de que “um profissional da comunicação, independentemente da especialidade, terá de dominar as ferramentas retóricas da língua e saber contextualizar cultural e historicamente o evento com que lida”. Isto porque, como refere Isabel Gil, “a tecnologia sem cultura é um fiasco”.