Ruben Eiras
A OCDE identificou as bases do bem-estar social
A OCDE acaba de lançar uma publicação que identifica
as competências-chave essenciais para o desenvolvimento social
e individual das pessoas que vivem em sociedades modernas e complexas.
Segundo aquela instituição, este mapeamento é uma
ferramenta útil para planear com maior eficácia os investimentos
no capital humano, tornando-os mais rentáveis socialmente.
A investigação definiu três categorias de competências-chave:
interagir em grupos sociais heterogéneos, actuar autonomamente
e utilizar ferramentas de forma interactiva.
A capacidade de se relacionar bem com os outros, de cooperar, de gerir
e resolver conflitos estão agrupadas na primeira categoria referida.
"Estas habilidades são particularmente relevantes em
sociedades multiculturais e pluralistas", explica Heinz Gilomen,
um dos investigadores que participou no projecto "Key Competencies
for a Successful Life and a Well-Functioning Society".
Segundo aquele especialista, as pessoas precisam de aprender as formas
de se juntarem e funcionarem em grupo e em ordens sociais em que os
membros provêm de diferentes contextos. "É necessário
saber lidar com as várias diferenças e contradições",
sublinha.
Quanto à segunda faixa de competências, "actuar
com autonomia", esta inclui capacidades que permitem às
pessoas gerirem as suas vidas de forma responsável e assente
em objectivos.
Conseguem controlar o seu estilo e condições de vida.
E para conseguir actuar efectivamente nas diversas esferas da vida -
no local de trabalho, na vida pessoal, familiar, civil e política
-, é crucial ser capaz de actuar num contexto de grande plano,
de forma a concretizar os projectos pessoais, conhecer os seus limites
e defender os seus interesses e direitos.
Por último, a competência de saber utilizar ferramentas
de forma interactiva diz respeito às exigências sociais
e profissionais da economia global e da sociedade da informação.
Neste plano, é fundamental saber manejar não só
instrumentos intangíveis como a língua, a informação
e o conhecimento, como também físicos, como computadores.
"Usar as ferramentas de forma interactiva não significa
simplesmente possuir as competências técnicas, como saber
ler um texto ou utilizar um rato de um PC", salienta Heinz
Gilomen.
Para aquele investigador, esta competência implica a existência
de uma familiaridade com a ferramenta em si mesma e uma compreensão
de como esta muda a forma como "uma pessoa pode interagir com
o mundo" e conseguir atingir maiores objectivos através
da sua utilização.
As três competências-chave listadas nesta categoria são
a capacidade de utilização interactiva da linguagem, símbolos
e texto (definidos pela capacidade de leitura e literacia matemática),
conhecimento e informação (literacia científica)
e a tecnologia.