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Como recrutam as empresas em Angola?

Se procura uma oportunidade de emprego em terras angolanas, o melhor é começar por conhecer os métodos de recrutamento adotados pelas organizações locais, O Let’s TalkGroup, uma multinacional sueca especializada no desenvolvimento de capital humano, realizou um estudo sobre as práticas de recrutamento e seleção em Angola. Se pensa que um bom currículo, com vários patamares de experiência internacional e formação numa reputada universidade lhe abrem todas as portas no país, desengane-se. É na entrevista com o responsável da área para a qual a empresa está a recrutar que deve concentrar todos os seus esforços, pois esta é a etapa que vale todas as decisões para as organizações angolanas.
26.04.2013 | Por Cátia Mateus


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Ao contrário de outras economias onde cada vez mais se valorizam outras formas de demonstrar competências técnicas e onde os valores comportamentais assumem uma relevância crescente, entrar no mercado de trabalho angolano ainda implica concentrar todos os seus esforços na entrevista com o seu potencial chefe direto. Ter frequentado uma boa universidade ou concluído a sua formação com uma boa média pode ajudá-lo a ganhar a simpatia do interlocutor, mas não lhe garante o lugar. Para conhecer as práticas de recrutamento e seleção (R&S) mais utilizadas pelas organizações angolanas, o Let’s TalkGroup aplicou um inquérito a 130 empresas locais. Segundo a consultora de recursos humanos e gestão de talento, a entrevista é o método de seleção mais utilizado no país, mas um número crescente de organizações “já demonstra interesse em ter ao dispor novos instrumentos que lhe permitam avaliar nos candidatos competências atualmente muito procuradas como a motivação, liderança ou inteligência emocional”. O questionário utilizado pelo Let’s TalkGroup integrou questões que contemplavam três fases do processo de recrutamento e seleção: uma fase prévia ao recrutamento, o recrutamento e a seleção e uma fase após a seleção. Segundo a consultora, “a análise da função é sempre efetuada através da colaboração entre o técnico da área de recrutamento e a chefia”. Em termos de técnicas aplicadas para captação de candidaturas, a empresas concluiu que as organizações angolanas utilizam sobretudo a publicação de anúncios, mas adianta que “as candidaturas espontâneas e as referências” figuram entre os métodos mais utilizados nas empresas locais para detetar talento. Já numa fase de seleção, é a entrevista que dita todas as hipóteses. “Os métodos mais utilizados são a entrevista com o responsável da área que solicitou a contratação, a análise curricular e a entrevista com o técnico de recursos humanos”, explica a consultora com base nas conclusões alcançadas no estudo. Apostas que podem ser arriscadas tanto mais que a consultora apurou que “a técnica dos incidentes críticos é pouco utilizada pelas empresas angolanas (apenas 3%), apesar de ser uma das técnicas mais utilizadas nos recentes métodos de seleção”. Segundo o Let’s TalkGroup, “em Angola pouco se sabe dos processos de recrutamento e seleção efetuados pelas organizações”. Este foi o ponto de partida para um estudo cujos objetivos base são ajudar o país a, no futuro, “implementar processos de recrutamento e seleção adequados à evolução das funções nas organizações, com capacidade para recrutar pessoas que fácil e rapidamente se identifiquem com a organização, de modo a otimizar o binómio satisfação/ produtividade”, esclarece a consultora.


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