Ricardo Teixeira lidera desde 2010 a DigitalWorks, mas no currículo empresarial deste líder sub-40 somam-se outros projetos. Tem, como gosta de referir em tom de brincadeira, “quase duas décadas de estrada” na gestão de negócios. Todos nasceram em Portugal, mas a sua visão sempre foi global. Há 14 anos atrás fundou a agência de comunicação digital Webdote que vendeu em 2006 ao grupo Strat, mantendo-se como diretor executivo (CEO) da empresa. Há cinco anos, deixou em definitivo os destinos da empresa que fundou para se dedicar em pleno a outro projeto. Fundou a DigitalWorks e rumou a Évora para conquistar a Europa. Confuso? É tudo uma questão de estratégia, explica Ricardo Teixeira. A sua foi, mais uma vez, acertada. Cerca de 70% da faturação anual da DigitalWorks já resulta da sua atividade no Reino Unido. A empresa está a criar emprego qualificado a nível local e ainda este ano deverá entrar na Escandinávia. ?
Tinha uma posição confortável, mas precisava do “desconforto” de quem arrisca sem conhecer o retorno. Trocou o cargo de CEO na Webdote pela adrenalina de voltar a criar e gerir um negócio próprio. A produtora digital independente DigitalWorks nasceu em 2010 a partir da sua inquietação natural e da constatação de que “as empresas nacionais, sobretudo as agências de comunicação, publicidade e meios, que foram o primeiro público-alvo da DigitalWorks, tinham necessidades muito concretas em matéria de desenvolvimento da sua estratégia e dos seus projetos digitais”, explica o diretor executivo da empresa. ?A localização da sede da empresa foi um dos seus fatores de diferenciação. Ricardo saiu de Lisboa e escolheu Évora e as suas pessoas. A escolha, garante, não foi aleatória.
A DigitalWorks beneficia não só da proximidade com relevantes pólos académicos como Évora e Portalegre, como o próprio posicionamento dos profissionais é, segundo o CEO, totalmente distinto do que se encontra nas grandes cidades. “Há uma imensa dificuldade em reter e fidelizar equipas em Lisboa. Aqui, as pessoas procuram empregos para a vida e qualidade de vida. Há uma tendência crescente de profissionais que querem trabalhar fora dos grandes centros urbanos, mas em projetos aliciantes e com escala internacional. A DigitalWorks beneficiou com este contexto e conseguiu constituir em Évora uma equipa altamente qualificada que lhe tem permitido abordar outros mercados, mas que precisa de crescer para conseguir continuar a cumprir as suas metas de internacionalização”, explica.
Ambição global
Desde a sua criação que a DigitalWorks esteve orientada para o mercado internacional. Quando criou a empresa, Ricardo assumiu como meta chegar, o quanto antes, a Londres, um mercado competitivo disputado pelos melhores no negócio do digital e por isso, muito aliciante para qualquer empresa. Ricardo começou por testar o seu conceito em Portugal, afinando-o ao nível da qualidade do produto final e serviço ao cliente, antes de internacionalizar. Hoje, o mercado inglês representa 70% da faturação da empresa que atingiu já um nível de maturidade elevado entre os clientes locais, captando para Portugal o desenvolvimento de projetos globais muito relevantes.?
Na DigitalWorks trabalham atualmente 29 profissionais que a partir de Évora desenvolvem soluções para clientes estrangeiros. Cerca de 90% dos profissionais da empresa são programadores, especializados nas áreas de desenvolvimento de soluções mobile e web, e 10% são analistas. Um rácio que Ricardo Teixeira quer manter mesmo com o necessário reforço da estrutura da empresa. “Este ano vamos duplicar a faturação e precisamos, para dar resposta aos clientes que estamos a conquistar noutras geografias, de reforçar com urgência a equipa”. Prestes a entrar na Escandinávia e, simultaneamente, numa nova sede (à mesma em Évora), Ricardo Teixeira quer contratar este ano 30 novos elementos para a sua equipa. Gente qualificada, capaz de agir local pensando global.