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Bolsa de serviços combate desemprego

26.12.2003


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Cátia Mateus

NUMA altura em que o Instituto Nacional de Estatística aponta para a existência de cerca de 130 mil desempregados na região Norte do país, a Associação Metropolitana de Serviços, com sede no Porto, lança uma iniciativa pioneira com o intuito de minimizar o impacto da carência de emprego na região: a "Agência Metropolitana de Serviços" (AMS).


Trata-se de uma bolsa de prestadores de serviços em várias especialidades, que integra apenas profissionais em situação de desemprego e residentes na Área Metropolitana do Porto. Até à data, a agência já deu formação a mais de 80 profissionais. Dos mesmos, apenas 40 integram a bolsa de serviços.

O conceito é simples mas pode fazer a diferença. Quantas vezes já não se perguntou onde encontrar um canalizador para solucionar o problema da torneira? Ou onde encontrar alguém de confiança a quem entregar a tarefa de limpar a sua habitação?

Pois a Associação Metropolitana de Serviços pensou nisso na altura de criar a agência de serviços. A ideia era apoiar os profissionais em situação de desemprego no acesso ao mercado de trabalho pela via empresarial. Através da AMS, estes profissionais recebem formação em áreas vastas mas úteis a quem se lança no mercado por sua conta e risco.

Através deste projecto, ensina-se aos desempregados de longa duração a "arte" de empreender. Nem todos têm perfil para trabalhar por conta própria, mas a verdade é que, depois da formação, a AMS já integra 40 profissionais.

O projecto de criação da agência de serviços começou há cerca de 10 meses, como parte integrante do Programa Regional de Emprego para a Área Metropolitana do Porto. "A Área Metropolitana do Porto sofre há muito de um problema de desemprego de longa duração. Pessoas acima dos 35 anos, com poucas qualificações e a quem a formação não chega de forma muito fácil", explica Luísa Salgueiro, uma das coordenadoras da AMS.

Na génese da iniciativa estava a necessidade de apoiar estes casos "com uma solução de formação que permitisse aos profissionais a quem é difícil regressar ao mercado laboral por contra de outrem fazê-lo por iniciativa própria", adianta.

E, na realidade, o processo é simples. A AMS funciona em ligação estreita com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e oito instituições de solidariedade locais. A partir daqui são seleccionados os potenciais formandos: profissionais desempregados (preferencialmente de longa duração) que residam na Área Metropolitana do Porto.

"A formação abrange áreas tão distintas como o empreendedorismo, o contacto com o cliente ou a contabilidade. A meta é autonomizar estas pessoas e dar-lhe ferramentas para a criação do auto-emprego", defende Luísa Salgueiro.

Depois de formados, os profissionais que manifestarem interesse em trabalhar por conta própria integram a AMS, um canal que centraliza a oferta dos serviços prestados. Para a responsável, "o objectivo desta estrutura é funcionar como uma ponte entre os profissionais e o mercado". Até aqui existiam muito prestadores de serviços, mas nenhuma entidade que os agrupasse, que os formasse e de alguma forma atestasse a sua credibilidade.

Por outro lado, passa também a ser mais fácil, para quem necessite de recorrer a estes serviços, saber onde se dirigir. A AMS tem página na internet - www.servicos.ams.pt -, o que facilita o processo. Aqui pode encontrar profissionais habilitados a exercer actividades tão distintas como: reparação de electrodomésticos, limpezas, animação de eventos, fotografia, tratamento de roupas, arranjos florais, decoração, pinturas, conserto de calçado, electricidade, entre outras.

Até à data, 40 dos 80 profissionais formados integram a bolsa de serviços, enquanto parte dos restantes terão conseguido emprego por conta de outrem. De acordo com Luísa Salgueiro, o perfil do formando contempla "muitas mulheres, com faixas etárias que rondam os 35 anos".

Apesar de só agora o projecto estar a dar os primeiros passos na centralização dos serviços, a responsável faz um balanço bastante positivo da actividade, destacando a continuidade da iniciativa e evidenciando o interesse social da sua replicação para outras zonas do país.





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