Fernanda Pedro
A PRIMEIRA licenciatura em Bioinformática chegou
a Portugal. Esta iniciativa pioneira partiu da Escola Superior de Biotecnologia
da Universidade Católica Portuguesa e dá os primeiros passos
este ano lectivo.
O curso também designado por Biologia Computacional, resulta
do cruzamento das Ciências Computacionais com a Biologia.
A Bioinformática é actualmente uma ferramenta indispensável
nos diversos domínios das Ciências da Vida, depois do projecto
do Genoma Humano em 1987 e que hoje, se tornou a pedra basilar da Bioquímica
e da Genética.
Para Xavier Malcato, director da Escola Superior de Biotecnologia, esta
licenciatura é inovadora porque será uma formação
completa nesta área.
Apesar de já existir uma pós-graduação desta
especialidade na Fundação Gulbenkian, "a licenciatura
será mais completa e irá preparar melhor os alunos para
uma ciência a emergir em Portugal".
O director da escola revela mesmo que a procura ao curso foi uma surpresa
porque conseguiu ser a segunda licenciatura mais procurada na Escola
Superior de Biotecnologia.
Na opinião de Xavier Malcato, o currículo para a licenciatura
foi concebido de forma a que as saídas profissionais sejam as
mais diversas possíveis, "quem tirar este curso fica
habilitado a desempenhar funções quer na área da
informática quer da biotecnologia". O director da escola
adianta ainda que "nos próximos anos os profissionais
destas áreas serão muito procurados".
Na realidade, apesar de ser uma ciência nova e ainda em franco
desenvolvimento, as suas aplicações e implicações
em sectores tão diversos como a saúde, o ambiente e a
agricultura são muito promissoras.
A Bioinformática irá permitir revolucionar métodos
de diagnóstico e de terapia clínica, ou desenvolver produtos
farmacêuticos inovadores e específicos.
Os primeiros licenciados da escola de Biotecnologia sairão para
o mercado de trabalho em 2007 e para este ano lectivo são 20
os candidatos a especialistas em Bioinformática.
Para Xavier Malcato, o país terá daqui a pouco tempo profissionais
competentes numa área emergente e possuidores de uma ferramenta
essencial para a globalização da ciência.
Ficha de empregabilidade
Competências de um Bioinformático:
Técnicas de Biologia molecular, mapeamento e sequenciação
de genoma, análise bio-estatística; criação
e manutenção de bases de dados, predição
de estruturas moleculares, desenvolvimento e adaptação
de "software" e gestão e integração de
dados biológicos
Saídas Profissionais:
Desenvolvimento e avaliação de agentes terapêuticos,
investigação em terapia de doenças genéticas,
desenvolvimento de estratégias de controlo de doenças
e pestes na agricultura, investigação médica, indústria
biotecnológica e farmacêutica, gestão (inter)laboratorial
de dados, consultoria, educação e intervenção
em outras áreas das ciências biológicas ou computacionais