Cátia Mateus
O calor não é amigo da concentração e nem sempre é fácil abdicar das tardes de praia a favor do conhecimento. Mas há quem aproveite os tradicionais meses de férias para aprender uma nova língua ou aperfeiçoar as que já conhece. Perante a procura de cursos intensivos registada nos últimos anos, quase todas as escolas de línguas organizam programas formativos durante os meses de Verão. O grande trunfo desta aprendizagem intensiva, dizem os responsáveis, é em pouco tempo dotar os alunos das ferramentas necessárias à compreensão e comunicação em determinada língua.
O interesse dos portugueses pela aprendizagem do espanhol tem vindo a crescer nos últimos anos. Fruto das novas exigências empresariais, este idioma tem suscitado a curiosidade dos portugueses que procuram o Instituto Cervantes para um conhecimento mais profissional do idioma. No ano lectivo de 2004/2005, o instituto registou 2232 matrículas, 131 das quais para os cursos intensivos que a instituição promove nos meses de Verão.
Inês Figueira, responsável pelas relações externas no Instituto Cervantes, adianta que para este ano ainda não é conhecido o número de alunos inscritos já que as matrículas para os cursos de Verão ainda estão em curso. Todavia, a responsável refere que «os alunos destes cursos são sobretudo estudantes que têm disponibilidade para dispensar três horas diárias para aprender espanhol, nesta época do ano».
Para Inês Figueira não é possível fazer uma comparação entre estes cursos e os programas gerais de aprendizagem deste idioma. Isto porque «os cursos intensivos não oferecem o mesmo número de horas de treino». Talvez por isso esta formação seja direccionada aos que procuram um primeiro contacto com a língua ou relembrar o que já sabem dela. Tal como em quase todos os cursos intensivos, aqui as aulas decorrem diariamente com uma duração de três horas.
Além deste instituto, outros há com programas de Verão pensados para quem quer aprender novos idiomas. O Goethe Institut Portugal ajuda os seus alunos a familiarizarem-se com o alemão através dos vários cursos que realiza em Julho e Setembro. Aqui os cursos têm uma duração de três semanas ou um mês, consoante a preferência dos alunos e o seu custo é 360 euros. Segundo Cristina Cunha, secretária de cursos do Goethe Institut, «estas formações direccionam-se a principiantes ou a alunos que já tenham conhecimento da língua alemã». A instituição aceita alunos a partir dos 14 anos.
A diversidade marca também o público da Alliance Française. Isabel Magalhães, responsável da Alliance Française de Coimbra, explica que os cursos intensivos «são procurados por jovens que vão iniciar a aprendizagem da língua francesa no ensino oficial, mas também por crianças que têm pouca disponibilidade de horário para fazerem o curso durante o ano lectivo». Os adultos são também adeptos destes cursos. Regra geral, explica, «são jovens que entraram no mercado de trabalho e aperceberam-se de que necessitavam da língua francesa e os conhecimentos que tinham eram insuficientes, mas também temos muitos estudantes universitários que pretendem ir para França com o programa Erasmus em Setembro».
Na Cambridge School, o método é semelhante. Esta instituição disponibiliza não só cursos de inglês, mas também francês, alemão e português para estrangeiros. Richard Nicolas, director-geral de estudos desta escola, admite que «estes cursos têm imensa procura, sobretudo por pessoas que de outra forma não teriam disponibilidade para frequentá-los». O responsável acredita que «a formação intensiva tem vantagens pedagógicas dado que os alunos conseguem ver resultados mais práticos e rápidos». Razão pela qual considera que «são ideais para quem quer relembrar ou reavivar o conhecimento de uma língua». Um curso de Verão na Cambridge School custa 432 euros e a escola disponibiliza formação em sete níveis distintos.
E se o que procura é aprender uma língua menos usual, saiba que também o pode fazer no Verão. O Centro Europeu de Línguas (CEL) disponibiliza cursos de Verão em todas as línguas, desde o inglês ao russo, por preços que variam entre os 160 euros (para 24 aulas) e 220 euros (para 40 aulas). Sandra Costa, responsável do CEL, adianta que o inglês continua a ser o idioma mais procurado e que a meta dos alunos é quase sempre o aperfeiçoamento profissional.