Marisa Antunes
SINGRAR profissionalmente é uma tarefa cada vez mais difícil no competitivo e selectivo mercado de trabalho. Não basta ter o canudo, falar inglês e estar à-vontade na informática. Dominar outras línguas como o espanhol ou o mandarim já está a fazer parte de outro tipo de formação que é requerida aos candidatos. Estas novas exigências têm vindo a criar oportunidades de negócio nas escolas de línguas nacionais.
Mas não só. Margarida Alberty e a sua escola no Estoril vão além dessa oportunidade de mercado. Para a empreendedora tudo começou com a sua paixão pelo domínio de várias idiomas. Logo aos 17 anos, influenciada pela mãe (professora de inglês e alemão), que lhe transmitiu o gosto pelo ensino, Margarida começou a dar explicações de português a estrangeiros, uma actividade que manteve enquanto tirou a licenciatura em Filologia Germânica.
Aliando o seu gosto pelas línguas — é fluente em sete — a uma boa dose de arrojo e dinamismo, Margarida foi angariando clientes, inicialmente através de contactos feitos na Escola Alemã e nas embaixadas. «Aos 20 anos dava explicações a 60 alemães. Além deles, o embaixador da Noruega, da altura, foi um dos meus primeiros alunos. Aliás, esta colaboração com a embaixada da Noruega manteve-se até agora», recorda a responsável, que criou um método próprio de ensino expresso em quatro livros.
Mais de duas décadas depois, a Margarida's School tem uma rotatividade de 600 alunos por ano, que aprendem 13 idiomas diferentes com 27 professores. Os docentes deslocam-se também a empresas (está a ter muita procura o ensino do espanhol e do mandarim) e a embaixadas. No início, a empresária baptizou a sua escola com o nome de «Portuguese Language Meeting Point», mas o nome acabou por ser «chumbado» pelos próprios alunos. «Eles não gostavam do nome e simplificavam dizendo Margarida's School. Acabou mesmo por ficar assim», conta.
A escola proporciona mais do que o ensino formal de idiomas. Margarida Alberty organiza actividades lúdicas que ajudam os alunos a aprender enquanto se divertem. Assim, são realizados cursos de culinária e de pintura de azulejos. São também frequentes os almoços internacionais, onde alunos portugueses e estrangeiros levam um prato típico do país ou os passeios a locais turísticos na zona da grande Lisboa.