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Aprenda a reter talentos

Apenas duas em cada dez empresas acreditam na eficácia das regalias adicionais
28.10.2005


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Cátia Mateus

AS EMPRESAS têm de reavaliar a sua abordagem aos salários e demais compensações dos seus funcionários. Pode parecer uma banalidade, mas o alerta foi lançado pela consultora de recursos humanos Mercer, com base nos resultados do seu último estudo europeu sobre esta matéria.

Segundo este relatório, apenas duas em cada dez empresas acreditam que o seu pacote de compensações é muito eficaz a influenciar os comportamentos correctos dos trabalhadores. A mesma fonte revela, no entanto, que só metade das 360 empresas inquiridas faz uma diferenciação entre empregados com baixo e elevado desempenho, na altura de atribuir as recompensas salariais.

Como resultado, em grande parte das empresas, o sistema de recompensas não está a surtir os efeitos necessários. «Um pacote de compensações serve para motivar os colaboradores a atingir os objectivos do negócio», defende Paul O'Malley, principal na Mercer. Quando esta premissa falha e a estratégia de compensação deixa de ser coerente com os objectivos do negócio, a organização ressente-se.

Ora, segundo os resultados do estudo agora apresentado pela Mercer, grande parte das organizações pode começar a ressentir-se muito em breve. Paul O'Malley revela mesmo que «quase um terço das empresas inquiridas acreditam que os custos com as compensações irão tornar-se insustentáveis nos próximos cinco anos».

Uma prova de que, na generalidade das empresas, o sistema de compensações não está a ser bem aplicado. Até porque, de acordo com a pesquisa da Mercer, «apenas três em cada dez empresas inquiridas acreditam que o seu sistema de compensação é muito eficaz na atracção e retenção dos colaboradores mais talentosos».

Para o responsável da Mercer, «os pacotes de compensação devem promover o conhecimento, as competências e os comportamentos necessários para o sucesso nos negócios». Por sua vez, «este sucesso pode ajudar a garantir que os custos com as compensações sejam acessíveis e sustentáveis», explica Paul O'Malley.

O especialista acredita que uma «abordagem deste género é indispensável se as empresas quiserem assegurar a sustentabilidade dos seus pacotes de compensação actuais. Um tema que se revelou uma fonte de preocupações para quase um terço das empresas que inquirimos».

O'Malley reforça a ideia de que, para ultrapassar este fosso, os empregadores terão de compreender o que está a levar ao crescimento dos custos, para que possam efectuar alterações nos seus investimentos em compensações que realmente façam a diferença nos resultados da empresa. De outra forma, os potenciais ganhos provenientes de aumentos de produtividade podem ser perdidos ao subsidiar estas compensações.





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