Fernanda Pedro
ENERGIA não é um assunto novo ministrado
nas escolas, mas o mesmo não se pode dizer quanto às energias
renováveis.
Na realidade, as energias alternativas vão dentro em breve ser
alvo de uma formação especializada no arquipélago
dos Açores.
A formação está integrada no projecto-piloto Renewcology,
do programa europeu Leonardo da Vinci, cujo objectivo é levar o
ensino das energias renováveis a cinco países europeus.
De acordo com Hans Eric Broden, coordenador internacional do projecto,
esta iniciativa será concretizada através de cursos sobre
diversos tipos de energias renováveis tais como a eólica,
solar, biomassas, até à ecologia humana.
Os alunos podem depois seguir uma especialidade no ensino superior ou
encontrar um emprego numa empresa especializada em energias alternativas.
Em Portugal, o projecto está centrado na Direcção
Regional da Juventude, Emprego e Formação Profissional dos
Açores e a Escola Profissional da Ilha de São Jorge será
uma das instituições parceiras neste projecto.
Júlio Sousa, director pedagógico desta instituição
educativa, mostra-se bastante expectante quanto à realização
dos cursos.
"As energias renováveis serão cada vez mais utilizadas
no futuro, por isso há a necessidade de formar especialistas nesta
área. Os Açores vêm inclusive desenvolvendo há
muito as forças energéticas renováveis disponíveis
no arquipélago", explica o director.
Um futuro "cluster" açoriano?
Júlio Sousa lembra a utilização da energia geotérmica
em S. Miguel na ribeira Grande, a eólica na Terceira e o parque
de recolha de energia das ondas e das marés no Pico (um projecto
do Instituto Superior Técnico).
"Nesse sentido, a implementação de cursos de formação
em energias renováveis são muito importantes para o arquipélago",
refere o director.
Apesar de se tratar ainda de um projecto-piloto e ainda em fase de experimentação
em Portugal, Júlio Sousa, revela que a formação será
dividia em três patamares.
O primeiro, essencialmente teórico sobre energias alternativas
em geral, o segundo mais prático e direccionado para uma energia
específica e o terceiro passa pela elaboração de
um projecto por parte dos alunos.
"Os Açores apresentam grandes potencialidades nesta área
- falta apenas o 'know-how'dos nossos técnicos", remata
Júlio Sousa.