Cátia Mateus
Um estudo recente da consultora Mercer dava conta de que mais de um terço das empresas planeava reduzir portos de trabalho em 2009, em virtude da escalada da crise económica nacional. Contudo, há sectores de actividade que parecem escapar a esta onda de pessimismo. A consultora Hays analisou a situação internacional em matéria de emprego e concluiu que há áreas a onde a fatídica crise não entrou. Sectores ligados ao consumo alimentar e de produtos de primeira necessidade estão em expansão. Mas há outros.
“Um dos sectores que sobreviveram e conseguiram mesmo fornecer maiores aumentos salariais é o que engloba o consumo alimentar. O segmento dos alimentos considerados básicos proporcionou aumentos salariais na ordem dos 20%”, conclui o estudo da Hays. O sector da fast-food foi mesmo um dos grandes beneficiados pela crise, já que o cidadão comum se viu forçado a optar por alimentos economicamente mais acessíveis.
No ramo das tecnologias de informação, mantém-se a procura por profissionais tal como no ano passado. Também na área dos cuidados primários de saúde continua a haver necessidade de profissionais especializados com a mesma urgência de anos anteriores. Já no sector farmacêutico a expansão é mais notória. Este segmento aumentou as suas ofertas de emprego, “especificamente na área científica, por motivos de pressão das entidades reguladoras”, faz saber a Hays.
E se pensa que a crise não chega à justiça, saiba que de acordo com o estudo, “as consequências que a crise está a deixar em todo o mundo propiciaram uma saturação nos tribunais, fruto dos numerosos processos por despedimento e falências e por isso, o sector Jurídico, Laboral e de Contencioso apresenta uma dinâmica de interesse”.
Os perfis financeiros são os mais procurados, nomeadamente ao nível dos controllers de crédito e analistas, devido à necessidade crescente de vender ou saldar dívidas, sendo uma mais-valia actualmente ter alguém com talento para determinar onde estão os melhores negócios e mercados para investir.
As energias renováveis estão no seu auge e todos os negócios ou profissões nesta área estão em expansão, muito embora ainda escasseie o know-how nestas matérias.
O estudo avança que “a tendência é uma transformação transversal a todos os sectores de actividade que, devido à crise, não tiveram outra hipótese senão mudar a sua orientação, até mesmo do ponto de vista dos consumidores e dos seus hábitos”. [