João Barreiros
jpbarreiros@hotmail.com
O INEVITÁVEL aumento da escolaridade obrigatória
de nove para 12 anos é uma oportunidade única para o desenvolvimento
do país, e uma etapa indispensável para que o sistema de
ensino português possa recuperar terreno em relação
aos seus parceiros comunitários mais desenvolvidos.
Será, porventura, a mais essencial das reformas, com efeitos directos
no mercado de emprego, cujas características se irão, forçosamente,
alterar. A pertinência desta medida não pode, porém,
distrair-nos da realidade que hoje conhecemos.
De acordo com os últimos dados disponíveis, 45% dos jovens
entre os 18 e os 24 anos não tinham concluído o ensino secundário
e não se encontravam a frequentar a escola, em 2001. A média
da União Europeia é de apenas 19%.
Estes dados mostram que é preciso convencer quase metade dos jovens
a prosseguirem os estudos ou, em muitos casos, será necessário
dar-lhes condições para que o façam.