Vítor Andrade
A OFERTA de trabalho publicada no EXPRESSO/Emprego registou uma quebra de 3,4% nos primeiros nove meses de 2005, comparativamente a igual período do ano anterior. De 11.416, em 2004, passou-se para 11.022 ofertas, no corrente ano — durante o período em análise. Agosto foi o mês mais dramático deste ano, apenas com 661 ofertas registadas. Curiosamente, o mês seguinte (Setembro) foi o mais dinâmico do ano em termos de criação de novas oportunidades de trabalho, com 1.666 ofertas registadas.
A maioria esmagadora das propostas de trabalho dirige-se, invariavelmente, a quem já tem emprego ou, por outro lado, a quem tem experiência profissional. Basta referir, a título de exemplo, que na terceira semana de Setembro deste ano 85,5% das ofertas exigiam aquele requisito. Isto significa que, fora do mercado, vão continuar a ficar milhares de jovens — onde se incluem muitos recém-licenciados — aos quais as empresas se recusam a dar uma primeira oportunidade.
O requisito «licenciatura» continua, aliás, a ser muito pouco mencionado pelos empregadores. Em certas semanas, no total das ofertas registadas, a referência ao «canudo» não constava em mais que 30% a 40% — na última semana de Maio apenas 26,7% das ofertas de trabalho lhe faziam referência.
Os profissionais mais procurados de 2005 continuam a ser, à semelhança dos últimos anos, todos aqueles cuja actividade esteja ligada à área comercial. Por outro lado, os menos pretendidos pelo mercado são os psicólogos, sociólogos, técnicos de relações públicas, jornalistas, engenheiros informáticos e técnicos de Internet.