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«Queremos mais doutores»

21.10.2005


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Marisa Antunes

O GOVERNO quer apostar forte na qualificação dos licenciados portugueses, fundamental para estimular o plano tecnológico. A comprovar as suas intenções está o anúncio do investimento de 109 milhões de euros na formação avançada dos recursos humanos, uma fatia que representa mais de um quarto dos 392 milhões de euros do orçamento para Ciência e Tecnologia apresentado na passada quarta-feira pelo ministro da tutela, Mariano Gago.

«Todos os anos, cerca de 900 pessoas terminam o doutoramento em Portugal. O nosso objectivo é que no final da legislatura esse número suba para os 2.500», adiantou ao EXPRESSO Manuel Heitor, secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

«Esta é a mais importante aposta estratégica na qualificação de cientistas e tecnólogos, ao mais alto nível, e após selecção competitiva, em Portugal e no estrangeiro», sublinhou o ministro Mariano Gago, durante a apresentação do orçamento do MCTES, na passada quarta-feira.

Os doutoramentos e os pós-doutoramentos em Portugal e no estrangeiro passarão ainda pelo incentivo ao emprego científico, quer ao nível do sector público, quer ao nível do privado, através de apoios directos à contratação de investigadores ou da reposição dos incentivos fiscais para as empresas de base tecnológica que investirem em I&D e tiverem ao seu serviço profissionais com grau de doutoramento.

Em pouco mais de uma década, entre 1990 e 2001, a despesa em I&D em Portugal triplicou, passando de 0,51% do PIB para 0,85%. Em 2003, «ocorreu uma quebra significativa do investimento nesta área», como sublinhou Mariano Gago, fixando-se actualmente em 0,79% do PIB, metade da média comunitária fixada em 1,9%.

O Estado português é o maior financiador da I&D (cerca de 61% do investimento), quando a média comunitária aponta para um investimento de 55,8% das empresas privadas.





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