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À descoberta da arquitectura

Há em Portugal uma empresa que organiza viagens específicas para os apreciadores da arquitectura contemporânea nacional
19.10.2007


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Marisa Antunes
Se o nome Siza Vieira é já familiar para a maioria dos portugueses, o mesmo não podem dizer muitos outros colegas de profissão do arquitecto do Porto. No entanto, e apesar de pouco conhecidos em terras lusas, existe já um grupo significativo de arquitectos portugueses que conseguiu também alcançar o reconhecimento no estrangeiro, em especial na Europa. A tal ponto que são muitos os curiosos, estudantes e especialistas na matéria que resolvem mesmo apanhar o avião e ver «in loco» as obras arquitectónicas destes autores.

Partindo desta constatação, Cristina Ramos Silva, Conceição Melo e João Correia resolveram apostar numa empresa que tem por principal objectivo programar percursos turísticos muito direccionados para as obras de arquitectura contemporânea do nosso país.

Criada há dois anos, a Cultour tem pois uma vertente mais nacional, organizando periodicamente visitas para o público em geral, mas, é nos turistas estrangeiros que reside actualmente a sua principal fonte de actividade, representando este grupo cerca de 80% do total das receitas da empresa.

“Os projectos dos arquitectos portugueses são muito publicados em revistas estrangeiras. Por essa razão, existem grupos, normalmente outros arquitectos ou estudantes de arquitectura, oriundos de países europeus, que nos procuram e pedem-nos para fazer programas ou «workshops» à medida dos seus interesses e preferências”, explica Cristina Silva, que, tal como a outra sócia, Conceição Melo, é também arquitecta.

A Cultour organiza o programa ao detalhe, assegurando o acompanhamento especializado da visita por parte de arquitectos, ou até mesmo dos próprios autores das obras, que estão aptos a manter o diálogo com os interessados que gostam de trocar impressões sobre o exercício da profissão.

Se a maioria são estudantes ou arquitectos com interesses genéricos dentro desta área, há também aqueles que vêem com intenções específicas. Cristina dá exemplos: “Já cá tivemos autarcas e promotores imobiliários europeus para apreciarem o aproveitamento da frente ribeirinha após a Expo-98. Ou grupos de engenheiros suecos que quiseram visitar salas de espectáculos para testar a acústica. Somos dos mais conceituados nesta área em toda a Europa”.

Entre os vários programas organizados já com arquitectos de renome, contam-se a visita inaugural ao Estádio do Dragão e do Braga com a presença de Eduardo Souto de Moura ou de Siza Vieira na Igreja de Marco de Canaveses.

BI Empresarial

Nome: Cultour
Fundadores: Cristina Ramos Silva, Conceição Melo e João Correia
Início de actividade: 2005
Sede: Maia
Área de actividade: Organização e programação de percursos turísticos dirigidos à área das artes, em particular da arquitectura nacional.
Empregos criados: três empregos directos e alguns colaboradores convidados excepcionalmente (em função dos programas em curso) de acordo com as necessidades da empresa
Público-alvo: arquitectos, engenheiros, estudantes e turistas amantes da arquitectura
Principais dificuldades: Chegar ao mercado nacional. Cerca de 80% dos clientes ainda são estrangeiros.
Perspectivas futuras: Aumentar a adesão do público nacional e ter uma intervenção maior nas escolas de arquitectura portuguesas
Sítio «online»: www.cultour.com.pt




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