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'E-learning' chega ao Interior

01.02.2003


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Ruben Eiras

O Instituto Politécnicoda Guarda (IPG) decidiu investir 75.000 euros num sistema de formação via Web para complementar o ensino em sala de aula e quebrar o nó górdio do isolamento da escola face às universidades do litoral do país.


Conheça o sítio de formação à distância do IPG


A FRACA assiduidade dos alunos às aulas a seguir à conclusão do primeiro estágio foi o factor que levou a Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) a investir num sistema de "e-learning".

"Como nós funcionamos com licenciaturas bi-etápicas (bacharelato e licenciatura), a maioria dos estudantes começava a trabalhar depois de concluírem o estágio do bacharelato. Muitos desistiam por não poderem assistir às aulas", explica Constantino Rei, director daquela entidade de ensino.

O sistema está desenhado para funcionar como um canal complementar do ensino tradicional e presencial. Não só os conteúdos de todas as disciplinas estão disponibilizados na plataforma, como também é possível aos alunos contactarem directamente com os professores para esclarecimento de dúvidas e acompanhamento da matéria.

O IPG investiu 75.000 euros na fase inicial de desenvolvimento do sistema de "e-learning", o qual está concebido para formar cerca de 2000 alunos. O pojecto está a ser conduzido pela Saf-Novabase.

Em funcionamento há cinco meses, Constantino Rei avança que o sistema de formação à distância também está projectado para prestar serviços de formação contínua e reconversão profissional na área das tecnologias de informação. "Além disso, o 'e-learning' reduz as nossas assimetrias em relação ao litoral do país, já que permite formar uma população dispersa e aceder a centros de conhecimento mais avançados", argumenta aquele responsável.

A lógica da construção de uma rede de conhecimento baseada no sistema de formação via Web é outros dos objectivos de Constantino Rei. "Assim como a Internet nos negócios, também o 'e-learning' deve ser utilizado de uma forma realista, funcional e focalizada no reforço da cooperação e da rede de parceiros", reitera.

Com efeito, o IPG já está inserido na Rede Pólo, uma rede de instituições universitárias localizadas na zona transfronteiriça luso-espanhola que tem como objectivo criar um centro de produção de conteúdos dirigidos à utilização em cursos e mestrados à distância.

Pertencem a esta rede a Universidade da Beira Interior, Universidade de Salamanca, a Universidade de Valladolid, a Universidade de Léon e os Institutos Politécnicos de Castelo Branco e de Viseu. "Desta forma, todos ganham, porque diminuímos os custos de produção e enriquecemos a qualidade pedagógica da formação", defende o dirigente daquela escola beirã.

No mesmo âmbito de cooperação está na calha o Projecto Reintegrar. A meta é levar a integração sócio-profissional com o auxílio da formação à distância aos reclusos dos estabelecimentos prisionais da Guarda e de Espanha. "Através desta colaboração transfronteiriça, queremos quebrar o nó górdio do 'abandono' do litoral e criar mercado em parceria com as regiões espanholas junto da fronteira portuguesa. Cooperação transnacional é o caminho a seguir", remata Constantino Rei.






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